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UE: Proibição parcial de petróleo russo

 

Segundo o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, a União Europeia (UE) decidiu proibir parcialmente as importações de petróleo russo.

Além disso, outras ações duras neste pacote de sanções incluem a desativação do banco russo mais proeminente, o Sberbank. Bem como, barrar três mídias estatais russas e penalizar indivíduos culpados de crimes de guerra na Ucrânia.

Desvio entre a Rússia e o Ocidente

Os líderes do Conselho Europeu concordaram em proibir 90% das importações de petróleo russo até o final do ano. Visto que o segmento norte do gasoduto abastece a Polônia e a Alemanha, os quais consentiram com o embargo. Assim, na terça-feira, os líderes da UE se reunirão novamente em Bruxelas para debater sua  resposta à invasão da Ucrânia pela Rússia.

Vale ressaltar que a Europa é o maior comprador de energia da Rússia. Em 2021, o petróleo russo respondeu por 27% das importações do bloco. Entretanto, as entregas por oleodutos representaram uma proporção muito mais significativa dos embarques de petróleo russos para a Hungria (86%), República Tcheca (97%) e Eslováquia (100%).

Com esse cenário, os futuros de petróleo Brent, o padrão europeu, subiram além de US$ 124 por barril na manhã de terça-feira. Assim, atingindo seu nível mais alto desde o início de março, quando a Rússia invadiu a Ucrânia. Visto que desde então, os preços caíram marginalmente.

Contudo, a Europa agora precisa encontrar fontes alternativas de petróleo para ajudar a reduzir os preços dos combustíveis. Entretanto, essa questão ajudou a elevar a inflação da zona do euro para uma nova alta de 8,1% na terça-feira.

Refinarias de petróleo globais não conseguem atender a demanda

As refinarias em todo o mundo não conseguem atender à demanda global por diesel e gasolina. Assim,  deixando os preços altos e agravando a escassez em usuários significativos, como Estados Unidos, Brasil, e países menores, como Ucrânia e Sri Lanka, devastados pela guerra.

A demanda mundial por gasolina se recuperou para níveis pré-pandemia. Ainda assim, a capacidade das refinarias de atender à demanda é prejudicada por fechamentos pandêmicos, sanções russas e limitações de exportação chinesas. 

Além disso, depois dos Estados Unidos, China e Rússia são dois dos três principais países de refino. Entretanto, todos os três estão processando nos níveis de pico ou abaixo, prejudicando os esforços dos governos internacionais para reduzir os preços ao liberar petróleo bruto das reservas.

Vale notar que devido à pandemia há dois anos, as margens para a produção de combustível estavam no nível mais baixo de todos os tempos, resultando no fechamento de muitas fábricas. O cenário agora se inverteu e a tensão pode durar pelos próximos anos, mantendo os preços altos. 

A capacidade de refino do mundo diminuiu 730.000 barris por dia em 2021, a primeira queda em 30 anos. Já em abril, o número de barris processados ​​por dia caiu para 78 milhões de BPD, o menor desde maio de 2021 e bem abaixo da média pré-pandemia de 82,1 milhões de BPD.

Os preços da gasolina atingem uma alta de US$ 40 

Os estoques de combustível vêm caindo há sete trimestres consecutivos. Assim, o preço do petróleo bruto aumentou 51% este ano e os futuros de óleo de aquecimento dos EUA aumentaram 71%. Portanto, as margens de refino de gasolina na Europa atingiram recentemente um novo recorde de US$ 40 por barril.

Além disso, as refinarias no nordeste dos Estados Unidos estão ficando sem matérias-primas devido à proibição dos EUA as importações russas. Já a China, a segunda maior refinaria do mundo, aumentou vários milhões de barris de capacidade na última década. No entanto, ainda reduziu recentemente a produção devido às limitações do COVID-19 e proibiu as exportações para reduzir as emissões de carbono. Por fim, de acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA, sigla em inglês), o rendimento da China caiu para 13,1 milhões de BPD em abril, abaixo dos 14,2 milhões de BPD em 2021.

 



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