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UE está lutando para concordar com as sanções ao petróleo

 

Quase quatro semanas após a Comissão Europeia sugerir sanções petrolíferas contra a Rússia por sua invasão da Ucrânia, os países da União Europeia (UE) ainda não conseguiram chegar a um acordo. Entretanto, diplomatas da UE esperam chegar a uma decisão antes da cúpula de dois dias dos líderes da UE, que começa na tarde de segunda-feira.

Vale ressaltar que a proposta da Comissão Europeia é a mais forte rodada de sanções da UE contra a Rússia. Divulgada em 4 de maio, serviu como ponto de partida para as discussões, já que propunha a proibição de todas as importações de petróleo russo, incluindo petróleo bruto e produtos refinados, tanto marítimos quanto por oleodutos.

Vale citar que desde 24 de fevereiro, quando a Rússia iniciou o que Moscou chama de operação militar especial, os membros da UE pagaram aos russos cerca de 30 bilhões de euros (32,3 bilhões de dólares) por petróleo.

O principal mercado da Rússia para as exportações de petróleo é a Europa. De acordo com a Agência Internacional de Energia, metade dos 4,7 milhões de barris por dia de exportações de petróleo russo vão para a UE. Além disso, em 2020, a Rússia foi responsável por 26% das importações de petróleo da UE e cerca de 40% das importações de gás.

É importante frisar que todos os 27 países membros da UE devem concordar com as sanções para que sejam de fato aplicadas. Entretanto, o principal adversário tem sido a Hungria, o qual alega que a suspensão dos embarques de petróleo russo devastaria sua economia, pois sem litoral seria incapaz de obter energia de outras fontes.

Já a Eslováquia e a República Checa, que também não tem litoral, expressaram opinião semelhante, visto que dependem do oleoduto Druzhba, no sul da Rússia, para fornecimento de petróleo. Dessa forma, a UE informou que forneceria 2 bilhões de euros em financiamento para infraestrutura de petróleo para ajudá-los.

Enquanto isso, Bruxelas está lutando para evitar uma divisão pública nas sanções do petróleo. Pois isso destruiria a frente unida dos países da UE contra a Rússia, depois de impor cinco rodadas de penalidades a Moscou.

Como o conflito na Ucrânia está remodelando os mercados globais de petróleo

 

A invasão na Ucrânia pela Rússia reformulou o mercado global de petróleo, com fontes africanas intervindo para suprir a demanda europeia. Além disso, Moscou confia cada vez mais em transferências arriscadas de navio para entregar seu petróleo à Ásia, apesar das sanções ocidentais.

Assim, os redirecionamentos são a remodelação mais significativa do lado da oferta no comércio global de petróleo desde que a revolução do xisto dos EUA mudou a forma do mercado há uma década. Isso mostra que a Rússia poderá negociar um boicote ao petróleo da UE enquanto a Ásia e a China continuarem a comprar petróleo russo.

Dessa forma, de acordo com dados e comerciantes do setor, as sanções impostas a Moscou após o início do conflito na Ucrânia em fevereiro, incluindo uma proibição dos EUA sobre suas importações de petróleo, fizeram com que a Rússia desviasse seu foco da Europa, onde seu petróleo é evitado. 

Além disso, de acordo com os números da Agência Internacional de Energia com sede em Paris, os embarques russos voltaram aos níveis pré-invasão em abril. Os preços do petróleo se estabilizaram em torno de US$ 110 depois de atingir uma alta de 14 anos de US$ 139 o barril em março.

Vale notar que mesmo que a UE concorde com um embargo de petróleo em sua próxima onda de penalidades russas, analistas informam que a demanda da Ásia minimizará o impacto. Entretanto, navios de propriedade ou bandeira russa não podem fazer escala nos portos por causa de sanções impostas pelos Estados Unidos, União Europeia e Reino Unido.

Enquanto isso, as refinarias europeias recorreram às importações de petróleo da África Ocidental para compensar a perda de petróleo russo, sendo 17% em abril em comparação com a média de 2018 a 2021.

Além disso, os EUA também aumentaram seus suprimentos para a Europa, visto que as importações europeias de petróleo bruto dos Estados Unidos aumentaram quase 15% em maio em relação a março. Essa foi a taxa mensal mais expressiva da história da empresa, onde a União Européia recebeu aproximadamente 1,45 milhão de barris por dia (BPD) de petróleo dos Estados Unidos.

 



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