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Commodities oscilam devido aos ataques no Oriente Médio

Resumo:

  • Oscilações no mercado petrolífero: O petróleo bruto WTI e Brent registraram uma volatilidade notável na sequência de ações militares no Oriente Médio;
  • Desaceleração do mercado de carbono: Os preços das licenças de carbono da UE atingiram o nível mais baixo em dois anos;
  • Resiliência e desafios do mercado: Os acontecimentos destacam a sensibilidade dos mercados de commodities às tensões geopolíticas.

Os mercados de commodities demonstraram mais uma vez a sua sensibilidade aos acontecimentos globais, com os preços oscilando dramaticamente em resposta às tensões geopolíticas. Os desenvolvimentos da semana passada, especialmente envolvendo o Irã e Israel, forneceram um novo exemplo de quão rapidamente a dinâmica do mercado pode mudar em resposta a incidentes internacionais.

Volatilidade do petróleo no meio da semana: WTI fecha em queda de 4%, Brent cai mais de 4%

A volatilidade significativa nos mercados petrolíferos marcou a semana de negociações, desencadeada por ações militares no Oriente Médio. Durante o horário comercial asiático surgiram notícias de que os observadores viam a resposta do Irã a uma ação israelita como um mero “olho por olho”, o que causou picos iniciais nos preços do petróleo e do ouro. No entanto, estes ganhos foram de curta duração, uma vez que a situação não se agravou ainda mais, conduzindo à estabilização dos preços.

O petróleo bruto West Texas Intermediate (WTI) para entrega em maio experimentou um aumento, fechando em US$ 83,14 por barril, o menor fechamento desde o final de março. Enquanto isso, a entrega em junho do petróleo Brent, a referência global, subiu modestamente em 33 centavos de dólar, para US$ 87,44. Apesar destas subidas, o WTI terminou a semana quase 4% abaixo e o Brent registou uma queda de pouco mais de 4%. Este encerramento da semana destacou a resiliência do mercado, considerando que abriu com escaladas na sequência de um ataque de drones e mísseis do Irã a Israel e fechou com medidas retaliatórias. As flutuações sublinharam a instabilidade contínua na região, afetando o cenário geopolítico e o comércio de mercadorias a nível mundial.

Preços do ETS da UE caem para US$ 58, agitando debates econômicos e políticos

Para complicar ainda mais a semana para os mercados de commodities, ocorreu a queda inesperada no Sistema de Comércio de Emissões da União Europeia (ETS). Os preços do carbono caíram para o nível mais baixo em mais de dois anos, caindo para 55 euros por licença de carbono, ou aproximadamente 58 dólares. Consequentemente, esta diminuição surpreendeu os arquitetos do ETS e os seus apoiantes em Bruxelas, que tinham previsto preços de emissão mais elevados, o que facilitaria o financiamento de iniciativas de transição energética.

Esta descida nos preços do carbono sugere uma diminuição nas emissões das indústrias abrangidas pelo RCLE, o que é superficialmente um resultado positivo. No entanto, isto também significa redução dos fluxos financeiros necessários para investimentos em energia limpa e outros projetos de redução de emissões. Dado que a UE planeja alargar o RCLE para incluir indústrias adicionais como os transportes, as implicações poderão ser duplas. Por um lado, esta expansão visa aumentar o financiamento para a transição energética. Ainda assim, por outro lado, poderá suprimir a procura devido a custos operacionais mais elevados, frustrando de certa forma o objetivo de redução de emissões através de incentivos econômicos.

Navegando pela incerteza das commodities

À medida que os mercados navegam nestes tempos turbulentos, a interligação entre os acontecimentos geopolíticos e os preços das commodities torna-se cada vez mais evidente.

Os comerciantes e investidores são lembrados do delicado equilíbrio entre os acontecimentos atuais e as reações do mercado, onde a estabilidade pode rapidamente dar lugar à volatilidade. Os acontecimentos da semana servem como uma lição crucial sobre a imprevisibilidade dos mercados em meio a conflitos geopolíticos e mudanças na política ambiental. Além disso, desafiam os participantes no mercado a permanecerem vigilantes e receptivos aos desenvolvimentos globais.

A semana passada influenciou o cenário comercial imediato e também levantou questões mais amplas sobre as estratégias futuras dos participantes no mercado e dos decisores políticos na gestão da interação entre atividades econômicas e riscos geopolíticos.



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