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Perdas das seguradoras globais ultrapassam US$ 100 bilhões

Resumo:

  • As seguradoras globais de propriedades e acidentes registraram um índice combinado de 103% em 2022, indicando perdas de subscrição.
  • Apenas 27% dos executivos de seguros se sentem confiantes nas suas capacidades de modelagem preditiva.
  • As taxas de juro elevadas continuam a provocar volatilidade nos mercados financeiros.
  • A inflação persistente provoca cortes mínimos esperados nas taxas por parte do Federal Reserve dos EUA.

Em 2022, o setor global de seguros de propriedades e acidentes enfrentou perdas “alarmantes” de subscrição, conforme relatado pela consultora Capgemini. Estas perdas têm sido cada vez mais impulsionadas por um aumento nas catástrofes naturais, com os danos segurados a superarem consistentemente os 100 mil milhões de dólares anuais. Este aumento de catástrofes naturais, desde devastadoras tempestades de inverno até inundações generalizadas, pôs em evidência uma falha crítica: os modelos de risco não acompanham a realidade destes acontecimentos. De acordo com o relatório da Capgemini, esta falta de preparação reflete-se no rácio combinado das seguradoras – uma medida chave da rentabilidade – que se situou em 103% em 2022. Com um rácio acima de 100, indicando uma perda, é claro que as seguradoras estão a pagar mais em sinistros e despesas do que recebem em prêmios.

Apenas 27% estão confiantes nos modelos preditivos de seguros

A eficácia da modelagem preditiva no setor de seguros está sob escrutínio. Apenas 27% dos executivos de seguros entrevistados pela Capgemini acreditam que as suas empresas possuem capacidades avançadas nesta área. Anirban Bose, CEO da unidade estratégica de negócios de serviços financeiros da Capgemini, enfatizou a dificuldade crescente de prever e precificar riscos com precisão. Este desafio está gerando preocupações sobre a possibilidade de seguro futuro de certos riscos, especialmente à medida que as alterações climáticas se intensificam e o desenvolvimento urbano continua em áreas de alto risco. A necessidade de modelos preditivos robustos nunca foi tão urgente, à medida que as seguradoras procuram ajustar-se às condições globais em rápida mudança e mitigar potenciais instabilidades financeiras.

Taxas altas persistentes agitam a volatilidade do mercado

O panorama financeiro mais amplo também está a passar por turbulência, agravada pela persistência de taxas de juro elevadas nas principais economias. Apesar das expectativas de cortes nas taxas durante o verão, os gestores de ativos e os economistas preveem agora uma flexibilização monetária mínima. Esta mudança deve-se principalmente à batalha do Federal Reserve (Fed) dos EUA contra a inflação persistente. Ann Katrin-Petersen, estrategista sênior de investimentos do BlackRock Investment Institute, alerta sobre uma “restrição na avaliação devido às taxas mais altas por mais tempo”. A expectativa de taxas persistentemente elevadas desencadeou volatilidade nos mercados bolsistas. Os principais investidores, incluindo Amundi, preveem que as ações dos EUA terão um desempenho inferior à escala global durante a próxima década. Entretanto, os conflitos crescentes e os choques climáticos contínuos estão fazendo subir os preços das matérias-primas. Consequentemente, estes fatores acrescentam complexidade aos desafios financeiros que os mercados financeiros enfrentam em todo o mundo.



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