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Desemprego dispara na China e atinge 14,9% dos jovens

  • O mercado de trabalho chinês está enfrentando uma pressão sem precedentes, com uma queda nas oportunidades de emprego e nos salários.
  • A diminuição do setor privado tem implicações graves para o mercado de trabalho como um todo.
  • A taxa de desemprego juvenil na China, de 14,9% para o grupo etário de 16 a 24 anos, é uma preocupação crescente.
  • Analistas pedem medidas de estímulo mais agressivas, especialmente voltadas para o setor privado, para mitigar a piora da crise de empregos.

O mercado de trabalho chinês está enfrentando uma pressão sem precedentes, com uma queda acentuada nas oportunidades de emprego e nos salários. Os salários médios mensais em 38 grandes cidades chinesas tiveram uma diminuição significativa no último trimestre de 2023, sinalizando a maior queda desde 2016. Essa desaceleração reflete os desafios econômicos mais amplos enfrentados pela nação, incluindo um setor privado em contração e crescentes incertezas globais.

Setor privado representa 60% do PIB

O setor privado constitui uma parte significativa da economia e da força de trabalho da China. Com mais de 60% de contribuição para o PIB e mais de 80% dos empregos urbanos, a diminuição do setor privado tem implicações graves para o mercado de trabalho como um todo. 

Vale ressaltar que a pressão financeira sobre as empresas levou a cortes de pessoal. Assim, resultando em uma queda de 1,3% nos salários médios mensais nas principais cidades, conforme relatado pela Zhilian Zhaopin, uma importante plataforma de recrutamento de empregos na China. Essa queda salarial é a mais substancial desde 2016, destacando a gravidade da situação atual.

O impacto do RH nas contratações

Serviços de recursos humanos e caça-talentos, essenciais para a fluidez do mercado de trabalho, também foram impactados. Dados da Qichacha, uma importante operadora de banco de dados corporativos na China, mostram uma redução drástica na criação de novas empresas nesse setor. O efeito cascata do mercado de trabalho em dificuldades é evidente nesses números, indicando uma redução de 41.200 novas empresas em 2019 para apenas 5.800 até o final do ano passado.

Entre os jovens, 14,9% estão desempregados

A taxa de desemprego juvenil na China tornou-se uma preocupação crítica. O Escritório Nacional de Estatísticas revelou uma taxa de desemprego ajustada de 14,9% para o grupo etário de 16 a 24 anos, excluindo estudantes. Este número, reintegrado em dezembro após uma pausa de seis meses, é alarmantemente alto. A situação é tão grave que houve um aumento de 92,9% nos candidatos a empregos no exterior na primeira metade do ano passado, sendo que quase 30% dessas pessoas possuem diplomas de pós-graduação ou mais.

Analistas pedem medidas de estímulo mais agressivas, especialmente voltadas para o setor privado, para amenizar a piora da crise de empregos. O cenário atual de cortes salariais e demissões tornou-se a nova normalidade para os trabalhadores na China, que enfrentam oportunidades em declínio e incertezas crescentes. Feng Peixin, um headhunter com base em Pequim, adverte que o mercado de trabalho permanece pessimista, e os buscadores de emprego podem precisar se preparar para um ano ainda mais desafiador.



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