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China representa mais de 20% da dívida externa do Sri Lanka

De acordo com estimativas da Iniciativa de Pesquisa China África (CARI, sigla em inglês), a economia do Sri Lanka devia aos credores chineses US$ 7,4 bilhões até o final do ano passado, ou seja, cerca de um quinto de sua dívida externa pública total. 

Um relatório observou que o número era maior do que as estatísticas comumente citadas de 10 a 15 por cento. Além disso, uma quantia substancial da dívida do país com a China havia sido classificada como empréstimo a empresas estatais, em vez do governo central.

Atingido pela crise após anos de má gestão econômica, além do surto de COVID-19, o país vive sua maior instabilidade econômica desde que conquistou a independência da Grã-Bretanha em 1948. Dessa forma, o Sri Lanka está passando por uma reestruturação da dívida.

De acordo com dados coletados pelo CARI na Escola de Estudos Internacionais Avançados da Universidade Johns Hopkins, os dois maiores credores chineses são o Export-Import Bank of China (EximBank) e o China Development Bank, com valores respectivos de US$ 4,3 bilhões e US$ 3 bilhões.

O maior credor do Sri Lanka é a China, que também está envolvido em negociações oficiais com credores para reestruturar a dívida do país junto com o Japão e a Índia.

Segundo os estudiosos do CARI,  Umesh Moramudali e Thilina Panduwawala, “a China teria que desempenhar um papel substancial no processo de reestruturação da dívida do Sri Lanka”. 

Além disso, as reuniões mais recentes que foram antecipadas no início deste mês foram adiadas, levantando preocupações sobre a rapidez com que a reestruturação da dívida pode ocorrer.

Visão geral da economia

A análise da economia estima que a dívida externa total do Sri Lanka é de US$ 37,6 bilhões. Já a dívida externa pública aumenta para US$ 40,6 bilhões quando o débito do Banco Central em moedas estrangeiras é adicionado, dos quais 22% são de credores chineses. 

Além disso, essa dívida inclui um swap cambial de US$ 1,6 bilhão com a China. Então, o valor da dívida total é de US$ 46,6 bilhões divulgado pelo governo em setembro. 

No entanto, isso difere daquele fornecido pelo CARI, porque deixa de fora os empréstimos a algumas empresas estatais e a dívida em moeda forte local.

Vale ressaltar que somente o EximBank da China fez seis empréstimos diferentes, totalizando quase US$ 1,3 bilhão para o porto de águas profundas em Hambantota entre 2007 e 2013. Assim como, um empréstimo concedido ao governo para construir o Aeroporto Internacional Magampura Mahinda Rajapaksha Por e Mattala Rajapaksha. Este é um dos exemplos mais citados da alegada diplomacia da armadilha da dívida pela China. 

Por fim, o Porto de Magampura foi construído pelas empresas estatais chinesas China Harbour Engineering Company e Sinohydro Corporation a um custo de US$ 361 milhões, com 85% do financiamento fornecido pelo Export-Import Bank estatal da China a uma taxa de juros anual de 6,3%. 



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