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Uniper é multada em $600 milhões e revela desafios

Num acontecimento recente que abalou o setor energético, a alemã Uniper recebeu uma pesada multa de $600 milhões de um tribunal de arbitragem devido a questões de precificação em contratos de GNL (Gás Natural Liquefeito). A decisão, derivada de um acordo de fornecimento de GNL a longo prazo datado antes da separação da Uniper da E.ON em 2016, destaca as complexidades e desafios em torno da precificação de GNL na indústria.

Compreendendo a multa de $600 milhões

A Uniper revelou que os procedimentos de arbitragem, conduzidos sob as regras da Câmara de Comércio Internacional, foram iniciados no início de 2021. A disputa gira em torno das disposições de precificação de um contrato de fornecimento de GNL a longo prazo com uma contraparte não revelada. Casos de arbitragem sobre contratos de fornecimento de gás não são incomuns no setor energético.

A empresa estatal alemã, socorrida pela Alemanha durante a crise energética na Europa no ano passado, enfatizou que as ramificações financeiras desta multa afetarão seus resultados anuais. A companhia está analisando a decisão do tribunal e considerando possíveis medidas legais. 

Dinâmicas de precificação do GNL

Em meio a esses desafios legais, a Uniper confirmou suas expectativas para ganhos ajustados e lucro líquido em 2023, citando preços à vista de gás abaixo do esperado. Isso levanta questões mais amplas sobre as intrincadas dinâmicas de precificação de GNL e os fatores que influenciam as projeções de mercado. À medida que o GNL continua desempenhando um papel crucial na energia global, entender os mecanismos de precificação torna-se crucial para os players da indústria.

Empresas como PetroChina e CNOOC Gas and Power assinaram extensos acordos com a Shell para adquirir GNL “neutro de carbono”, aproveitando “compensações florestais” para equilibrar as emissões de carbono. A Greenpeace, crítica de longa data de produtores de combustíveis fósseis que contam com compensações de carbono para suas metas de redução de emissões, argumenta que o rótulo “carbono neutro” cria uma percepção enganosa entre o público.

Li Jiatong, líder do projeto da Greenpeace em Pequim, afirmou: “Para as empresas de petróleo e gás, as compensações de carbono são uma cortina de fumaça para obscurecer suas contínuas e reforçadas emissões de carbono.” A declaração destaca o ceticismo da Greenpeace em relação à autenticidade do compromisso da indústria com a sustentabilidade ambiental.

Notavelmente, a PetroChina se absteve de comentar as alegações, enquanto a empresa-mãe da CNOOC Oil and Gas afirmou não estar envolvida nas compras de GNL. A Shell, envolvida na polêmica, optou por permanecer em silêncio sobre o relatório da Greenpeace. O aumento nas vendas de GNL “carbono neutro” pode ser atribuído à demanda crescente por gás, especialmente na Ásia, onde cerca de 85% das remessas carbono neutro encontraram compradores, conforme a Greenpeace. Essa revelação destaca a necessidade urgente de escrutínio e transparência na indústria, especialmente porque a Agência Internacional de Energia prevê que o consumo de gás da China aumentará para 250 bilhões de metros cúbicos até 2026, representando quase metade do aumento global da demanda durante esse período, em comparação com os 216 bcm do ano anterior.

A Greenpeace levantou preocupações sobre a falta de medição consistente para muitas das compensações, sugerindo que algumas estão sujeitas até mesmo à contagem dupla. O grupo ambiental também destacou a vulnerabilidade das florestas vinculadas a esquemas de compensação, observando que poderiam estar em risco de incêndios, transformando-as potencialmente de sumidouros de carbono em fontes.

O lado sombrio do GNL “neutro de carbono”

Além das batalhas legais, a indústria de GNL enfrenta escrutínio por práticas de “greenwashing”. A Greenpeace chamou grandes players, incluindo PetroChina e CNOOC Gas and Power, por usarem compensações de carbono de baixa qualidade para “maquiar” suas importações de GNL. Essas empresas firmaram contratos de longo prazo com a Shell para GNL “carbono neutro”, contando com “compensações florestais” para equilibrar as emissões de carbono.

Li Jiatong, líder do projeto da Greenpeace em Pequim, destaca que, para as empresas de petróleo e gás, as compensações de carbono servem como uma cortina de fumaça para obscurecer suas emissões contínuas de carbono. O relatório sugere que a marca “carbono neutro” está enganando o público, pois muitas compensações carecem de medição consistente e são propensas à contagem dupla. Além disso, algumas florestas ligadas a esquemas de compensação correm o risco de incêndios, podendo transformá-las em fontes de carbono em vez de sumidouros.

Desafios de transporte e armazenamento do GNL

Enquanto as batalhas de precificação e as controvérsias de “greenwashing” se desenrolam, a indústria de GNL enfrenta obstáculos adicionais em logística de transporte e tanques. As complexidades do transporte e armazenamento de GNL, representadas por palavras-chave como transporte de GNL e tanque de GNL, apresentam desafios que exigem soluções inovadoras. Os líderes da indústria devem abordar esses desafios logísticos para garantir o transporte eficiente e suave de GNL, adicionando mais uma camada de complexidade a um cenário já intricado.

Enquanto a Uniper enfrenta uma multa substancial e a indústria de GNL como um todo lida com complexidades de precificação, a necessidade de transparência e sustentabilidade torna-se mais evidente do que nunca. A jornada em direção a um setor de GNL mais responsável e ambientalmente consciente exige lidar com disputas legais, examinar práticas de “greenwashing” e encontrar soluções inovadoras para os desafios de transporte e armazenamento. A multa de $600 milhões serve como um alerta para os players da indústria navegarem com cautela e visão nas águas turbulentas da precificação de GNL, assegurando um futuro sustentável para essa fonte vital de energia.



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