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A taxa de câmbio do euro está em risco

A taxa de câmbio do euro tem sido um tema de preocupação e intriga ultimamente. Já que a moeda está oscilando perto dos níveis mais baixos do ano, em torno de 1,05 dólares. 

Num contexto de ressurgimento dos preços do petróleo, de um enfraquecimento da economia europeia e de preocupações renovadas sobre a situação fiscal de Itália, o euro enfrenta ventos contrários que podem empurrá-lo de volta para o marco psicologicamente significativo de 1 dólar. 

Agora, nós vamos nos aprofundar nos fatores que afetam a taxa de câmbio do euro e poderá atingir novamente a paridade com o dólar americano.

O recente declínio da moeda comum

O euro testemunhou uma queda de 3% em relação ao dólar americano (USD) no terceiro trimestre, preparando o terreno para mais um ano de perdas. Vale notar que parte disso pode ser atribuída à força do USD devido à resiliência da economia americana. Além disso, o aumento dos investimentos estrangeiros enquanto os rendimentos do Tesouro de 10 anos se aproximam dos 5%. 

Impacto do aumento dos preços do petróleo

Um dos principais fatores que pressionam a taxa de câmbio do euro é o aumento dos preços do petróleo. As importações líquidas de produtos petrolíferos na União Europeia representam mais de 90% do seu consumo.

Dessa forma, à medida que os preços do petróleo sobem, desgastam os termos de comércio da área do euro. Assim, se os preços continuarem a subir, ultrapassando o limite dos 100 dólares por barril e aproximando-se dos 110 dólares, poderá tornar-se um desafio para o euro evitar a paridade com o dólar americano, alerta o estrategista FX do G10 da Nomura, Jordan Rochester.

Além do mais, a zona euro está mais exposta a riscos geopolíticos em comparação com os Estados Unidos, adicionando outra camada de incerteza.

De todo modo, um Euro mais fraco pode ter um impacto duplo. Já que aumenta a competitividade dos exportadores da zona do euro, aumentando potencialmente o seu desempenho. No entanto, também alimenta as pressões sobre os preços através do aumento dos custos de importação, agravando os efeitos sobre o petróleo. 

Embora o Banco Central Europeu (BCE) possa não estar muito preocupado com isto neste momento, poderá ter que prestar mais atenção se estas pressões persistirem.

Índice e perspectivas 

O desempenho do euro no índice ponderado pelo comércio, que o BCE acompanha de perto, revela um declínio de apenas 0,9% no último trimestre. Além disso, a moeda comum está cerca de 2% mais forte em comparação com a sua posição no final de 2022. 

Vale lembrar que a paridade com o dólar no ano passado causou preocupações, levando o BCE a observar de perto o seu impacto na inflação. Contudo, o Banco Central não definiu explicitamente uma taxa de câmbio específica.

Sentimento dos investidores

Os investidores mantiveram posições longas sobre a força do euro durante um período considerável. Atualmente, os dados mais recentes indicando uma posição longa líquida no valor de 13 mil milhões de dólares. Mas, qualquer reversão destas posições poderá intensificar a dinâmica descendente da moeda. 

Além de tudo, à medida que o BCE indica o fim do seu ciclo de restritividade mais robusto da história, o impacto do aumento das taxas de juros diminuiu.

Por fim, a taxa de câmbio do euro está mais uma vez no foco das discussões financeiras, já que flerta com a marca de 1 dólar. A interação entre o ressurgimento dos preços do petróleo, o enfraquecimento da economia da zona do euro e os riscos geopolíticos colocam desafios significativos. De todo modo, ainda não se sabe se a moeda atingirá novamente a paridade com o dólar, mas as suas perspectivas a curto prazo sugerem uma volatilidade contínua e potenciais descidas adicionais.



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