Preços do carvão na China atingem altas recordes

O tempo frio está se espalhando pela China, por conta disso, a demanda por eletricidade para o aquecimento aumentou esta semana. É estimado que as temperaturas médias nas regiões central e oriental caiam até 16 graus Celsius durante os próximos 2-3 dias.

Com isso, as usinas de energia se apressam em estocar carvão, elevando seus preços a níveis recordes. 

A escassez de energia na China foi grave. Isso se deve principalmente à escassez de carvão, aos altos preços dos combustíveis e à rápida demanda industrial pós-pandemia. Desde setembro, está em vigor o racionamento em 17 regiões da China continental. Isso fez com que algumas indústrias parassem a produção, assim, interrompendo as linhas de abastecimento.

No início da sexta-feira, os futuros de carvão térmico de Zhengzhou atingiram um recorde de 1.669,40 yuans por tonelada. No acumulado do ano, o contrato aumentou mais de 200%. Para lidar com o clima mais frio, províncias como Heilongjiang e Mongólia Interior já começaram o aquecimento, que é alimentado principalmente por carvão.

Pequim implementou várias medidas para conter o aumento dos preços do carvão. Dentre elas estão inclusas o aumento do suprimento doméstico de carvão e a redução da energia para indústrias. 

O passo mais ousado em décadas

A China anunciou uma reforma no setor de energia que durará décadas. Isso permitirá que os preços da energia movida a carvão oscilem. É prevista uma mudança de até 20% em relação aos níveis básicos a partir de 15 de outubro.

Elas permitem que instalações de energia repassem uma parte significativa de seus altos custos aos usuários e indústrias. As projeções preveem que as indústrias de aço, alumínio, cimento e química sofrerão custos de eletricidade maiores e mais variáveis. Isso se deve principalmente à nova estratégia, que pressiona as margens de lucro. Segundo os dados divulgados na quinta-feira, a inflação no setor em setembro atingiu uma nova máxima. A meta da China é ser “livre de carbono” até 2060. Portanto, ela tem trabalhado para diminuir sua dependência da energia a carvão em favor de energia eólica, solar e hidrelétrica. Porém, o carvão atenderá à maioria de suas demandas elétricas por mais algum tempo.

O país não é o único com cortes de energia, resultando em escassez de combustível e apagões em algumas áreas. Isso ressaltou o desafio em reduzir a dependência dos combustíveis fósseis pela economia global. Ao passo que os líderes mundiais se preparam para relançar os esforços, a fim de combater a mudança climática em uma reunião no próximo mês em Glasgow.

Han Zheng, vice-premiê sênior do Conselho de Estado, fez um anúncio durante uma mensagem de vídeo no Fórum Internacional da Semana de Energia Russa. Ele informou que a China tentará atingir picos de carbono até 2030, segundo a agência de notícias estatal Xinhua na quinta-feira.