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Mercado imobiliário da Austrália vai do boom ao desespero

No mês de abril, um reparador de casas australiano chamado Reis Saki, colocou à venda a casa suburbana de seus pais na região de Melbourne, na Austrália. O trabalhador tinha esperança de vender a casa rapidamente para que a família pudesse se mudar para mais perto de seus parentes e de instalações médicas.

No entanto, apesar de uma redução de 10% no preço pedido em relação às residências semelhantes do bairro, Saki desistiu de vender a casa após seis semanas com dois aumentos nas taxas de juros e nada de ofertas. 

Essa experiência destaca a rápida reviravolta no mercado imobiliário de US$ 2 trilhões da Austrália. Vale observar que após passar pela epidemia, o mercado imobiliário Australiano entrou no que muitos economistas consideram uma queda devido aos fortes aumentos de taxas do Banco Central destinado a conter a inflação descontrolada. 

Dessa forma, as economias da pandemia e os pagamentos de estímulo aumentaram os preços das moradias em todo o país em 25% apenas em 2021. No entanto, menos da metade das casas em leilão, hoje, na maioria das grandes cidades, estão sendo vendidas abaixo dos 75% em março.

Além disso, de acordo com certas estimativas, Sydney tem o segundo mercado imobiliário mais caro do mundo depois de Hong Kong. Contudo, desde abril, os valores dos imóveis caíram 4,7%, a redução mais acentuada em quatro décadas.

Quais as principais preocupações dos investidores?

Vários desafios, incluindo a concorrência e a deterioração do sentimento do comprador, estão afetando os vendedores. Conforme economistas, um aumento nas listagens no próximo mês pode aumentar a pressão porque os proprietários que geralmente preferem vender suas casas na primavera.

No entanto, de acordo com os registros do tribunal, os credores iniciaram atividades de execução de hipotecas, incluindo o pedido de reintegração de posse daqueles que estão inadimplentes após atrasarem os pagamentos de empréstimos dos proprietários afetados pela pandemia. 

Vale ressaltar que nos três estados mais populosos da Austrália, houve 997 pedidos de reintegração de posse no primeiro semestre de 2022, um aumento de 56% em relação ao mesmo período do ano passado. 

Embora ainda muito abaixo dos níveis pré-pandemia, isso indica estresse nas hipotecas, de acordo com os defensores dos mutuários. Além disso, de acordo com Claude Von Arx, consultor financeiro do Consumer Action Law Centre, notificações estão sendo enviadas, principalmente aos credores de segundo e terceiro níveis.



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