UE não deve banir totalmente as importações de carvão russo

A proibição proposta pela União Européia (UE) às importações de carvão da Rússia não entrará em vigor até agosto.

A Comissão Europeia sugeriu a proibição das importações de carvão para acumular evidências de atrocidades cometidas por tropas russas contra ucranianos em Bucha e outras regiões.

A Alemanha é um dos países mais cautelosos quando se trata de restringir o fornecimento de energia russo, contudo, não está sozinho. A Áustria e a Hungria, por exemplo, também a questionam sobre o fato.

Esses países são os mais dependentes da Rússia em relação a energia. Eles afirmam que uma restrição no fornecimento afetaria significativamente mais as suas economias do que a economia russa. 

Como referência pode-se citar a Alemanha, que em 2020 comprou 21,5% de seu carvão da Rússia, no entanto, de acordo com os números dos institutos de estatística europeus, aumentou para 35,2% para as importações de petróleo e 58,9% para as importações de gás natural.

Dada a dependência da União Europeia do abastecimento russo, a aprovação de sanções energéticas tem sido difícil.

A região depende principalmente do petróleo e do gás natural russo. Contudo, a dependência das importações de carvão é menor e essa é uma das principais razões para a primeira proposta de sanção energética da Comissão Europeia.

De acordo com números oficiais europeus, os russos forneceram mais de 19% das importações de carvão da UE em 2020. Em comparação, 36,5% de suas importações de petróleo vieram da Rússia, assim como 41,1% de suas importações de gás.

No entanto, o apoio a um embargo ao petróleo russo está crescendo. Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, afirmou que sua equipe trabalhou em sanções para o petróleo no início desta semana.

Preços do petróleo sobem

Os preços do petróleo aumentaram na sexta-feira, mas devem cair cerca de 3% na semana, já que os países consumidores planejam liberar 240 milhões de barris de estoques de emergência, compensando alguns temores sobre a redução da oferta russa devido às sanções ocidentais.

Os países membros da Agência Internacional de Energia liberarão 60 milhões de barris ao longo de seis meses. Já os Estados Unidos igualaram esse valor como parte de sua liberação de 180 milhões de barris anunciada em março. Segundo analistas, a descarga pode impedir que produtores, como a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e produtores de xisto dos EUA, aumentem a produção mesmo com preços do petróleo em torno de US$ 100 por barril .

Os investidores também estão examinando os fundamentos do mercado de petróleo em meio a preocupações com a desaceleração da demanda na China, onde as cidades foram fechadas devido à nova rodada de infecções por coronavírus e à perda de suprimento russo.

Simultaneamente, a consideração da União Europeia de proibir o petróleo russo, seguindo sua proposta de embargar também o carvão limitará qualquer declínio de curto prazo nos preços do petróleo.