Resumo:
- O sentimento do consumidor na Coreia do Sul caiu para 100,7 em março, ante 101,9 em fevereiro.
- As expectativas de inflação dos consumidores subiram para 3,2% para os próximos 12 meses, com foco nos preços dos produtos agrícolas.
- O aumento dos preços dos bens de consumo, especialmente dos produtos agrícolas, torna-se uma questão central antes das próximas eleições.
À medida que a Coreia do Sul se aproxima do mês eleitoral, o aumento do custo de vida, especialmente o aumento dos preços dos produtos, passou para o primeiro plano das preocupações nacionais. O recente inquérito do Banco da Coreia revelou um declínio acentuado no sentimento do consumidor em março, uma tendência que poderá ter um impacto significativo no cenário eleitoral.
A opinião do consumidor na Coreia do Sul diminui
As conclusões do banco central destacaram uma queda acentuada no índice de sentimento do consumidor, caindo para 100,7 em março, ante 101,9 em fevereiro. Esta queda representa a descida mensal mais substancial desde outubro, refletindo o crescente desconforto entre as famílias sul-coreanas. Para agravar estas preocupações, as expectativas de inflação para o próximo ano aumentaram. Pela primeira vez em cinco meses, estas expectativas aumentaram de 3,0% para 3,2%, com dois terços dos consumidores inquiridos a atribuir esta pressão inflacionista principalmente à escalada dos preços dos produtos.
Esta percepção, que passou dos 51,5% do mês anterior, sublinha uma preocupação significativa para o público sul-coreano. A inflação ao consumidor, que tinha mostrado sinais de abrandamento, atingiu o pico em fevereiro devido a pressões do lado da oferta, predominantemente decorrentes do aumento dos preços agrícolas. Embora alguns especialistas apontem para as más condições meteorológicas como fatores que contribuem para o aumento dos preços dos produtos agrícolas, figuras políticas, especialmente do Partido Democrático (DP), da oposição, culparam o governo do Presidente Yoon Suk Yeol pela má gestão econômica.
Ramificações políticas em meio ao aumento dos preços
A questão da inflação não só afetou o sentimento do consumidor, como também se infiltrou na arena política. A oposição assumiu uma posição forte nesta questão. Especificamente, o líder do DP, Lee Jae-myung, que criticou as políticas econômicas do governo num comício de campanha. Entretanto, a nação prepara-se para eleger o seu parlamento de 300 membros. Consequentemente, o Partido do Poder Popular, no poder, enfrenta desafios significativos devido a estas questões econômicas.
Por outro lado, a recente visita do presidente Yoon Suk Yeol a um supermercado causou agitação. Ele comentou sobre o preço da cebolinha, o que gerou críticas. Este incidente destacou o que muitos consideram uma desconexão com as dificuldades econômicas do público. Em contrapartida, o governo implementou temporariamente medidas para reduzir os preços de alguns produtos alimentares frescos. No entanto, existe ceticismo quanto à eficácia a longo prazo destas ações.
O sentimento público e o caminho a seguir
À medida que os clientes tiram partido dos preços abaixo do mercado dos produtos subsidiados, o impacto duradouro destas medidas permanece incerto. Com os preços dos alimentos frescos a subir 20% em fevereiro, em termos anuais, incluindo aumentos nos preços das maçãs, cebolas verdes e morangos, a preocupação do público com a inflação é palpável. Dado que a Coreia do Sul se encontra num momento crítico, a gestão econômica e a estratégia política desempenharão, sem dúvida, um papel fundamental nas próximas eleições, com o custo de vida emergindo como uma questão fundamental no campo de batalha.