Futuros de gás natural sofrem queda de 7%
Na quarta-feira, os futuros de gás natural dos EUA caíram cerca de 7%. Isso ocorreu devido às expectativas de um clima menos frio do que o previsto no final de dezembro.
Enquanto isso, o clima gelado e a queda de neve cobrem partes da Califórnia e falhas e limites de gasodutos restringem o abastecimento na região. Dessa forma, os preços de energia e gás da Costa Oeste dos EUA quase triplicaram nas semanas anteriores, além de estarem a caminho de recordes anuais.
Embora a produção estivesse a caminho de atingir uma baixa de dois meses devido ao clima extremo de Dakota do Norte ao Texas, os preços dos futuros caíram com o congelamento de alguns poços de petróleo e gás.
Com esse cenário, nas próximas semanas, o clima frio deve exigir que as concessionárias extraiam mais gás de armazenamento do que o normal. Vale ressaltar que os estoques de gás ficaram aproximadamente 1,6% abaixo da média sazonal dos cinco anos anteriores (2017–2021).
Dessa maneira, a maior questão para o mercado, de acordo com os traders, é se a Freeport LNG iniciará a exportação de gás natural liquefeito (GNL) de suas instalações no Texas no final do ano. Assim que a instalação, que pode converter 2,1 bilhões de pés cúbicos por dia (bcfd) de gás em GNL, retomar a operação, a demanda por gás natural aumentará.
As autoridades federais provavelmente levarão mais tempo do que o Freeport LNG prevê para estudar e aprovar o plano de reinício da instalação. Sendo assim, analistas não esperam que a empresa retorne até janeiro.
Além disso, esta semana, a empresa foi solicitada a cumprir uma longa lista de condições da Comissão Reguladora de Energia Federal dos EUA (FERC, sigla em inglês), uma das agências federais que deve autorizar o reinício de Freeport. Logo, isso colocou mais barreiras no caminho das tentativas da empresa de iniciar as operações.
Próximos passos para o gás natural?
A fábrica de Freeport fechou em 8 de junho devido a uma explosão causada por procedimentos insuficientes de operação e teste. Sendo assim, consultores foram contratados para investigar o incidente e recomendar medidas corretivas.
Apesar das crescentes previsões de especialistas de que Freeport não operará novamente até 2023. Dois navios, Prism Diversity e Prism Courage, estão esperando no Golfo do México para pegar GNL da instalação desde pelo menos o início de novembro.
Enquanto isso, os contratos futuros de gás do primeiro mês encerraram o dia em US$ 6,430 por milhão de unidades térmicas britânicas, queda de 50,5 centavos ou 7,3%.
Além disso, pelo terceiro dia consecutivo nesta semana, o mercado tentou empurrar o contrato acima da média móvel de 200 dias, mas não teve sucesso. Sendo assim, designando a média como um nível técnico significativo de resistência ao preço.
Apesar da queda de preço, os contratos futuros de gás natural ainda aumentaram cerca de 71%. Vale notar que até agora este ano, os preços mundiais mais altos alimentaram a demanda por exportações americanas, como resultado de interrupções no fornecimento e sanções relacionadas à guerra da Rússia na Ucrânia.
Dessa maneira, no Dutch Title Transfer Facility (TTF) na Europa (TRNLTTFMc1) e no Japan Korea Marker (JKM) na Ásia, o gás foi negociado a US$ 41 e US$ 33, respectivamente, por mmBtu (JKMc1).
Ao mesmo tempo, a produção média de gás nos 48 estados dos Estados Unidos aumentou para 99,7 bcfd em dezembro, acima do recorde mensal de 99,5 bcfd em novembro, segundo a fonte de dados Refinitiv.
No entanto, em uma base diária a produção deve diminuir em 2,3 bcfd para uma mínima preliminar de dois meses de 97,3 bcfd na quarta-feira devido ao congelamento de poços provocado pelo clima frio que cobriu seções do Texas, Oklahoma e Dakota do Norte. Além disso, a produção diária teria diminuído ao máximo desde meados de outubro.
