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Dúvidas sobre a recuperação da China indicam crise no país 

A China, considerada a segunda maior economia do mundo, se encontra em um momento crítico. Dados econômicos recentes destacaram as dificuldades enfrentadas pelos setores varejista e fabril, além de lançar dúvidas sobre a sustentabilidade da recuperação pós-COVID do país

Além disso, crescem as preocupações de que o novo retorno da China possa estremecer, potencialmente provocando perdas significativas de empregos e mergulhando a economia em uma recessão. 

Nesse cenário, alguns analistas esperam que o Banco Popular da China (PBOC, sigla em inglês) implemente cortes nos principais índices de empréstimos, sinalizando um esforço cauteloso para sustentar a desaceleração da recuperação. De todo modo, a crise da China paira no horizonte.

Recuperação lenta gera tendências alarmantes

O ímpeto inicial observado no primeiro trimestre deste ano provou ser um desafio para os setores varejista e fabril se manterem. Além do mais, tais tendências levantaram preocupações legítimas sobre a potencial estagnação do ressurgimento econômico da China nos próximos meses. 

Vale notar que o caminho de recuperação para a verdadeira China não é fácil. Perdas maciças de empregos no país ameaçam minar o progresso feito desde o início da pandemia.

Medidas de flexibilização do PBOC

Para combater os ventos econômicos contrários, o PBOC baixou recentemente as taxas de juros de curto e médio prazo. Esta decisão reflete sua intenção de embarcar em uma nova fase de flexibilização monetária. 

Dessa maneira, o Banco Central pretende estimular a recuperação e reacender o crescimento econômico. No entanto, a eficácia destas medidas permanece incerta, dado o caráter cauteloso das famílias e empresas. Estes últimos priorizam a desalavancagem e o pagamento da dívida.

Cortes antecipados nos benchmarks de empréstimos

Uma pesquisa realizada com 32 especialistas do mercado mostrou que há um consenso unânime para cortes no prazo de cinco anos e na taxa básica de empréstimo (LPR, sigla em inglês) de um ano. A maioria dos entrevistados, cerca de 66%, prevê uma redução de 10 pontos base no LPR de um ano, variando de 3,65% a 3,55%. 

Enquanto isso, metade dos analistas e traders entrevistados antecipam um corte mais profundo de pelo menos 15 pontos-base no LPR de cinco anos, servindo como uma taxa de referência para hipotecas. Dessa forma, acreditam que isso aumentaria a demanda por moradias e estabilizaria o setor imobiliário em dificuldades.

Desafios e incertezas

Embora os cortes esperados na LPR ofereçam um vislumbre de esperança para a nova China, o tamanho das reduções continua sendo um assunto de debate entre os participantes do mercado. 

Dessa forma, alguns propuseram uma redução mais substancial da taxa de referência das hipotecas e esperam que isso atenda à necessidade urgente do setor imobiliário em dificuldades de apoio político. No entanto, a eficácia de tais medidas provavelmente dependerá de intervenções fiscais e de estímulo adicionais direcionados, conforme alertado por David Chao, estrategista de mercado global para a Ásia-Pacífico da Invesco.

Governo promete apoio em meio à crise

Reconhecendo os desafios econômicos, o gabinete da China se reuniu recentemente para discutir medidas destinadas a impulsionar o crescimento e reafirmou seu compromisso de oferecer apoio político abrangente. 

Vale ressaltar que a dedicação do governo em enfrentar a crise e garantir a estabilidade nos mercados emergentes da China continua sendo crucial para a trajetória econômica do país. Assim, à medida que o país enfrenta um futuro incerto, tem a difícil tarefa de revigorar sua recuperação em meio à possibilidade de uma crise. 

Ao mesmo tempo, os cortes iminentes nos benchmarks de empréstimos pelo PBOC são um passo cauteloso para estabilizar a economia. Entretanto, seu impacto dependerá de como as famílias e as empresas responderão. 

Por fim, medidas fiscais adicionais direcionadas, combinadas com intervenções políticas proativas, serão vitais para enfrentar os desafios futuros. Se tudo correr bem, o governo poderá evitar a crise da China nos próximos meses.



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