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Desigualdade de gênero afeta economia chinesa

Notícias Econômicas: Durante as últimas décadas, a China tem crescido para se tornar uma potência econômica. Entretanto, o Peterson Institute for International Economics (PIIE), mostra que o crescimento deixou a mulher em desvantagem e a desigualdade de gênero piorou na força de trabalho da China.

Por outro lado, outras economias importantes, como o Japão, os EUA e a União Europeia têm feito progresso na redução desta lacuna de gênero durante os anos nos seus respectivos mercados de trabalho.

Um relatório divulgado na semana passada comparou os dados sobre as taxas de participação da força de trabalho masculina e feminina da Organização Internacional do Trabalho, uma Agência das Nações Unidas focada em questões que afetam os trabalhadores mundialmente.

A taxa de participação na força de trabalho é a porcentagem de homens e mulheres entre as idades de 15 e 64 empregados ou procurando emprego.

De acordo com o relatório do PIIE, um fator importante por trás da grande diferença na força de trabalho da China é a perda do controle do estado sobre o mercado de trabalho desde que o ex-líder Deng Xiaoping tornou liberal a economia da China.

Desde 1978, uma série de reformas econômicas deram início a décadas de rápido crescimento econômico na China.

Entretanto, isto deu ao setor privado e às empresas estatais mais alavancagem em um ambiente econômico competitivo para discriminar as mulheres na força de trabalho e no pagamento.

 

Histórico da China

O relatório do PIIE destaca a grande lacuna de gênero no mercado de trabalho da China nas oportunidades de emprego e possíveis pagamentos.

Entretanto, a China nem sempre teve um histórico tão ruim em oferecer oportunidades de trabalho iguais as mulheres.

De acordo com um relatório publicado em janeiro, a taxa de participação da força de trabalho feminina da China no início de 1980 ultrapassava aquelas de muitos países desenvolvidos. A Universidade Australiana Nacional divulgou o relatório no jornal de Estudos das Políticas da Ásia e do Pacífico.

A diferença salarial entre os gêneros da China também foi muito menor em comparação com outras grandes economias, como os EUA. O sucesso anterior resultou de um forte compromisso do governo com a promoção da igualdade de gênero.

Esses tipos de planos podem se traduzir facilmente em políticas e ações reais no momento. Isso ocorreu devido ao controle estatal sobre grandes áreas da economia.

O incentivo à participação das mulheres na força de trabalho tornou-se parte dos planos gerais de desenvolvimento nacional durante esse período. O domínio do setor público sobre a economia teve um papel crucial na implementação de políticas de gênero quando a China controlava de forma centralizada o sistema.

Nivelar o campo de jogo econômico no trabalho beneficiou toda a economia – não apenas as mulheres chinesas.

No entanto, a participação das mulheres na força de trabalho diminuiu ao longo dos anos. Isso é verdade mesmo que a China tenha saltado de uma das economias mais pobres para se tornar a segunda maior do mundo.

As taxas de participação da força de trabalho das mulheres caíram para níveis inferiores aos padrões internacionais. As disparidades salariais entre os sexos também aumentaram, bem como a discriminação generalizada de gênero no mercado de trabalho.

Também há evidências de um viés cada vez maior contra o direito da mulher ao trabalho e à liderança no local de trabalho.

A diminuição das instalações de acolhimento de crianças apoiadas pelo Estado obrigou as mulheres a ficar em casa para cuidar de seus filhos.

 

Arrastando a economia

De acordo com o relatório do Fórum Econômico Mundial, a China é um dos países com a pior desigualdade de gênero em termos econômicos, de saúde, educação e político.

O Fórum Econômico Mundial (WEF) colocou a China na 106º posição dentre os 153 países, do com a menor diferença de gênero para o com a maior diferença.

A China ocupou a 91ª posição dentre os 153 países em termos de diferença de gênero na participação econômica e oportunidade. Estava abaixo de outras economias emergentes como o Brasil, Rússia, mas acima da Índia.

De acordo com o relatório da PIIE, se a grande diferença de gênero da China persistir, então poderá se tornar um peso maior para a economia quando o crescimento estiver desacelerando.

A força de trabalho da China está encolhendo devido à diminuição da taxa de nascimento. A população idosa também está aumentando, como a expectativa de vida. Os economistas têm alertado que tais mudanças demográficas irão impactar nas projeções de crescimento econômico da China.

 

Aumento na igualdade de gênero

Entretanto, os pesquisadores do PIIE escreveram que aumentar a igualdade de gênero poderá conter este impacto.

O aumento da igualdade de gênero exige uma intervenção maior da política com o objetivo de apoiar as mulheres e a imposição rigorosa de lei contra a discriminação.

Finalmente, nivelar o campo de atuação econômico beneficiaria não somente as mulheres chinesas mais toda a economia.



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