Resumo:
- Os consumidores da zona do euro reduziram as expectativas de inflação no curto prazo para 3,1%.
- A perspectiva de inflação a longo prazo permanece inalterada em 2,5%.
- O BCE pode considerar cortes nas taxas de juros à medida que a inflação diminui para 2,6%.
- As expectativas de crescimento econômico permanecem estáveis, com ligeira contração na indústria.
- O sentimento do consumidor e a atividade industrial oferecem sinais contraditórios aos decisores políticos.
Numa atualização reveladora do Banco Central Europeu (BCE), um novo inquérito indica que os consumidores da zona do euro ajustaram em baixa as suas expectativas de inflação no curto prazo, embora as suas perspectivas a longo prazo permaneçam inalteradas. Este ajustamento ocorre num contexto de diversas mudanças econômicas na região, incluindo alterações nas taxas reais de inflação e na atividade industrial.
Queda nas expectativas de inflação no curto prazo
De acordo com o último Inquérito Mensal às Expectativas do Consumidor do BCE, os consumidores antecipam agora uma taxa de inflação global de 3,1% para o próximo ano, uma ligeira descida em relação à anterior expectativa de 3,3%. Esta revisão para uma expectativa de inflação mais baixa é digna de nota, especialmente porque marca o nível mais baixo desde o início da guerra da Rússia contra a Ucrânia em fevereiro de 2022. “Eles estão agora no nível mais baixo desde o início da guerra injustificada da Rússia contra a Ucrânia em fevereiro de 2022. ” Esta mudança no sentimento do consumidor poderá ter várias implicações nas perspectivas econômicas da zona do euro e nos ajustamentos da política monetária.
As projeções de longo prazo permanecem estáveis
Apesar do ajuste nas expectativas de curto prazo, a pesquisa revelou que as projeções de inflação ao consumidor para os próximos três anos permanecem estáveis em 2,5%. Esta estabilidade nas perspectivas de médio prazo alinha-se com as previsões do BCE de que a inflação irá desacelerar gradualmente, atingindo o seu objetivo de 2% até 2025. Os dados reais da inflação de fevereiro apoiam esta trajetória, com a inflação a diminuir para 2,6%, face aos 2,8% de janeiro, de acordo com o Eurostat. Esta tendência descendente da inflação está a levar os decisores políticos a contemplar cortes nas taxas de juro, com expectativas de que o BCE reduza a sua taxa de depósito recorde de 4% já em junho.
Crescimento econômico e atividade de manufatura
O inquérito lançou luz sobre o crescimento econômico e a atividade industrial na zona do euro. Em primeiro lugar, as expectativas dos consumidores quanto ao crescimento econômico nos próximos 12 meses permanecem estáveis, com uma previsão de contração moderada. Da mesma forma, as expectativas para a taxa de desemprego no próximo ano permanecem inalteradas. Isto reflete uma perspectiva cautelosa mas estável entre os consumidores. No entanto, a situação com a atividade industrial é diferente. A zona do euro registou um declínio nesta área. Especificamente, o Índice de Gestores de Compras (PMI) da indústria transformadora da zona do euro do HCOB para março indicou uma contração. Esta contração foi mais rápida do que a observada em fevereiro. Apesar desta recessão, houve uma fresta de esperança, uma ligeira melhora no índice de produção. Além disso, houve um aumento marginal no otimismo. Estas mudanças sugerem que, apesar dos desafios atuais, poderá haver sinais de resiliência no setor transformador.
Esta perspectiva detalhada sobre o panorama econômico da zona do euro abrange desde as expectativas de inflação até a atividade industrial e fornece informações sobre os desafios complexos que os decisores políticos enfrentam. À medida que o BCE manobra através destas águas incertas, é fundamental encontrar um equilíbrio. O equilíbrio entre a promoção do crescimento econômico e a gestão da inflação é essencial. Dados os sinais contraditórios das expectativas dos consumidores e dos indicadores econômicos, os próximos meses serão críticos e desempenharão um papel crucial na definição da direção econômica da zona do euro.