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Cinco economias e uma eleição =

Neste ano, as economias emergentes tiveram um desempenho ruim e têm estado sob a influência das políticas de Trump. Esse tipo de economia sempre se saiu melhor quando os democratas tomaram posse; assim, provavelmente seria melhor para elas uma vitória democrata durante a eleição de amanhã. Pesquisas de opinião pública em todo o país revelaram que Biden está muito à frente de Trump. As notícias eleitorais têm sido o foco dos investidores em economias emergentes e em desenvolvimento, as quais compõem 60% do PIB mundial.

China – a maior economia do mundo

O primeiro país discutido neste artigo é a China. China e Estados Unidos, com as maiores economias do mundo, estiveram envolvidos em uma guerra comercial durante a presidência de Trump. Cada governo impôs tarifas sobre as exportações do outro. A China, maior exportadora mundial de mercadorias, avaliada em US$ 2,6 trilhões por ano, é uma grande consumidora de commodities, ao mesmo tempo que reúne economias exportadoras de commodities. Qualquer mudança na cadeia de suprimentos da China tem implicações importantes para os países ao redor do mundo.

Analistas acreditam que se Biden ganhar a eleição, haverá menos volatilidade e instabilidade nas relações EUA-China. Ainda assim, poucos analistas acreditam que haverá uma mudança fundamental nas relações entre os dois lados. Questões importantes, incluindo a concorrência no campo da tecnologia e forças militares, permanecerão. Mesmo com a vitória de Biden, é provável que o protecionismo continue, dizem analistas. A China segue seus planos em vários campos, e a rivalidade ou conflito entre os dois países não terminará.

Rússia

A Rússia é o segundo país a ser analisado. A política monetária adequada e as taxas de juros atraentes tornaram a Rússia um país chamativo para investimentos. Em particular, seu mercado de títulos públicos de US$ 135 bilhões tornou-se um lugar de presença ativa dos investidores. Mas as sanções dos EUA contra a Rússia em três questões-chave são apoiadas tanto por democratas quanto por republicanos: a anexação da Crimeia à Rússia, a interferência na eleição presidencial dos EUA e o envenenamento de um ex-espião de Moscou na Grã-Bretanha. A vitória de Biden na eleição aumentará a gravidade dessas sanções.

O valor do rublo aumentou desde que Trump venceu as eleições de 2016. Mas as chances de Biden ganhar fizeram a moeda cair 20% neste ano. A questão que consome os investidores é se o programa de sanções continuará nos próximos quatro anos em várias áreas, incluindo no mercado de títulos do governo russo.

México

O México é a terceira economia a ser afetada pelo resultado das eleições presidenciais dos EUA. A vitória de Biden não só reduziria as tensões fronteiriças entre os dois países, mas também o México verá um aumento no investimento estrangeiro direto à medida que os dois países implementarem um acordo comercial projetado para trazer empregos de volta da China. É claro que, sob pressão do sindicato dos Estados Unidos, Biden deve decidir fortalecer as leis trabalhistas e dificultar a terceirização de empregos americanos.

As chances de vitória de Biden levaram a moeda mexicana a subir no mês passado. Segundo analistas, a relutância de Biden em usar tarifas como ferramenta geopolítica e seu interesse em outros métodos de resolução de disputas tornam as políticas comerciais dos EUA razoáveis. Assim, a vitória de Biden ajudará o peso a crescer de valor.

Brasil

O Brasil é outro país afetado pelo resultado das eleições presidenciais dos EUA. Apesar das relações positivas entre Trump e o presidente brasileiro, as exportações para os Estados Unidos, segundo maior parceiro comercial do Brasil, caíram 30% nos primeiros nove meses de 2020. Uma das razões para esse declínio são as políticas protecionistas de Washington. Essas políticas têm pressionado a economia brasileira.

O Covid-19 afetou a economia do país, elevando a relação dívida/PIB para quase 100%. O valor da moeda nacional brasileira caiu 30% desde o início do ano. Assim, tornando-a a moeda de pior desempenho das economias emergentes. Há o risco de que as relações entre os dois países esfriem com a vitória de Biden, segundo um analista do JPMorgan.

Turquia

Espera-se que a vitória de Biden na eleição dos EUA cause danos significativos à economia turca. A posição dos EUA em relação a este país provavelmente se tornará mais rigorosa. A cooperação com a Rússia e a intervenção militar estrangeira turca são desculpas que o governo Biden usará para exercer intensa pressão sobre o governo turco. Alguns analistas acreditam que a moeda nacional, que caiu acentuadamente até agora este ano, sofrerá mais pressão se Biden ganhar. Neste caso, o risco de impor sanções à Turquia aumentará, o que significaria uma nova desvalorização da lira em relação ao dólar.



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