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Bulgária sofre com interrupção de gás russo

 

A interrupção do fornecimento de gás russo para a Bulgária na semana passada preocupou empresas devido ao aumento dos preços e à interrupção permanente. Entretanto, o governo insiste que a Bulgária tem uma escolha e chama de chantagem a decisão de Moscou de cortar o fornecimento da commodity.

Embora o fornecimento de gás natural tenha escapado à punição das sanções europeias contra a Rússia por sua invasão na Ucrânia, Moscou procurou semear a discórdia entre os países europeus usando sua dependência do gás. 

Além disso, a Rússia exigiu que os clientes da Gazprom pagassem em rublos, não em dólares americanos ou euros, violando as sanções ocidentais. Vale notar que a gigante russa da energia cortou o fornecimento para a Bulgária e a Polônia em 27 de abril. Desde então, os vizinhos da Bulgária intervieram e aumentaram o fornecimento ao país, que durante décadas recebeu mais de 90% de seu gás da Rússia.

Bulgária após a proibição russa

Para atender às necessidades anuais dos membros da União Europeia da península balcânica, são necessários aproximadamente 3,0 bilhões de metros cúbicos de gás. Dessa forma, a falta de uma solução de longo prazo força grandes consumidores industriais e pequenas empresas. 

Vale ressaltar que muitas pessoas em Sofia, capital da Bulgária, ainda lembram do inverno de 2009, quando um vazamento de gás russo-ucraniano interrompeu o abastecimento da Europa por dias. Devido a isso, muitas casas ficaram sem aquecimento no inverno, e a indústria foi racionalizada.

A Bulgária já paga 10% a mais por seu gás, confirmou o Ministro de Energia Alexander Nikolov, após garantir a entrega de maio por meio de uma empresa intermediária de comercialização de gás. 

Nesse cenário, o governo prometeu diversificar os fornecedores para garantir a contenção de preços e o fornecimento de energia. Além disso, planeja concluir outro gasoduto conectando sua rede de gás com a Grécia até o final de junho. Dessa forma, será possível que a operadora estatal de gás Bulgargaz negocie com o Azerbaijão, aumente a oferta do contrato existente para 1,0 bilhão de metros cúbicos por ano e obtenha mais gás dos terminais de gás natural liquefeito na Grécia.

O primeiro-ministro também se manifestou, informando que o governo está em negociações para comprar GNL do Egito e dos EUA. Logo, analistas concluíram que os preços podem cair se o país puder garantir contratos de longo prazo para fornecimento de GNL, além de verem uma grande oportunidade para alcançar uma diversificação estável do fornecimento de gás, que não acontecerá da noite para o dia.

Conclusão

A estação de Bulgartransgaz está operando normalmente, onde o gás natural russo ainda está fluindo através de tubos amarelos brilhantes. No entanto, a Bulgargaz não pode usar esse gás, sendo que sua maior quantidade seria distribuída para o norte da Macedônia e Grécia.  Já para o seu abastecimento, a Bulgária conta atualmente com operações de swap com os seus vizinhos que lhe fornecem gás russo ou GNL da Grécia e gasodutos invertidos da Romênia.

No entanto, há alertas contra o esquema duvidoso da Rússia de recusar um contrato direto com a Bulgargaz e em troca, obrigar o país a comprar gás a preços mais elevados através de intermediários, como o comerciante de gás húngaro MET, que se sabe estar próximo da Gazprom. Em última análise, isso pode levar a Rússia a uma maior dependência de contratos ruins. 

Enquanto isso, alguns players do setor estão dando uma olhada ousada, pois já começaram a converter seus equipamentos em fontes alternativas de combustível devido ao medo de uma crise de abastecimento e ao aumento de preços.




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