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Toyota e a revolução da tecnologia verde

A Toyota reajusta sua estratégia de hidrogênio, visando conquistar os mercados europeu e chinês em uma tentativa de dominar o emergente setor de tecnologia verde H2. 

A montadora japonesa pretende vender impressionantes 200.000 veículos com essa tecnologia até 2030. A empresa se concentra principalmente em caminhões, embora os carros de passeio também façam parte do plano.

Uma mudança estratégica: a nova direção da Toyota

Essa decisão da Toyota marca um ponto de virada significativo para a empresa. Já que a afasta de seu foco anterior em automóveis de passageiros e do mercado norte-americano. 

Vale lembrar que há cerca de uma década atrás, a Toyota lançou o Mirai FCEV, visando o nicho de mercado na Califórnia. No entanto, não conseguiu alcançar um sucesso substancial na época.

Revitalizando o mercado: números de vendas da Toyota

Em 2022, a Toyota conseguiu vender pouco mais de 3.900 veículos com célula de combustível verde, representando menos de meio por cento de suas impressionantes vendas globais de aproximadamente 9,5 milhões de veículos. 

No entanto, reconhecendo a necessidade de mudança, a empresa está de olho na Europa. De acordo com pesquisas, o impacto potencial do hidrogênio no segmento de serviço pesado provavelmente fará uma diferença significativa lá. 

Como resultado, a montadora tem liderado ativamente o desenvolvimento da infraestrutura de hidrogênio na Europa. Além disso, esta semana, o Parlamento Europeu confirmou os regulamentos de infraestrutura que exigem paradas H2 a cada 200 km nas principais estradas europeias até 2028.

Meta ambiciosa da Toyota: “200.000 é apenas o começo”

O diretor de tecnologia da Toyota, Hiroki Nakajima, falou à imprensa e afirmou que isso pode parecer estranho, mas 200.000 veículos não é um número grande. Além do mais, a empresa acredita que pode atingir esse número e muito mais. 

Ao mudar seu foco para a China e a Europa, onde a produção e a demanda de hidrogênio são maiores, a montadora pretende reduzir os custos. Nakajima também revelou que a empresa planeja fortalecer as colaborações com outras montadoras, firmando novas parcerias para acelerar o progresso.

Expansão da produção: a pegada global da Toyota

Segundo relatos, a Toyota pretende iniciar a produção de powertrain com célula de combustível em sua fábrica de Kentucky, nos Estados Unidos, até dezembro deste ano. 

Inicialmente, o foco será em caminhões pesados, com planos de fornecer trens de força para outros fabricantes. Dessa maneira, já iniciou colaborações com empresas como Paccar nos EUA, VDL Group na Holanda e Hyliko na França. 

Além disso, a Toyota recentemente chegou a um acordo com a Daimler Truck. A empresa fundiu sua subsidiária de caminhões Hino com a divisão de caminhões da Daimler, Mitsubishi Fuso. Dessa forma, desenvolverão em conjunto soluções de hidrogênio e outras soluções de eletrificação.

Redução de custos e eficiência: metas futuras da Toyota

Para equilibrar a produção de células de combustível, o chefe de engenharia da Toyota, Nakajima, enfatiza a necessidade de atingir um volume de produção mensal de pelo menos 10.000 unidades. 

Dessa forma, a montadora planeja lançar seu sistema de célula de combustível de hidrogênio de próxima geração, visando uma redução de 50% nos custos de pilha de células de combustível, uma redução de 25% nos preços de combustível e uma melhoria de 20% no alcance.

Estratégia de eletrificação da Toyota: uma abordagem multifacetada

Em junho de 2023, a Toyota revelou sua estratégia abrangente de eletrificação, que coloca maior ênfase em soluções elétricas de bateria, incluindo avanços na tecnologia de estado sólido. 

Apesar dessa mudança, a empresa afirma seu compromisso com uma abordagem multifacetada, integrando células de combustível com powertrains elétricos a bateria. 

Assim, a Toyota espera que o mercado global de células de combustível suba para cerca de US$ 35 bilhões até 2030, sendo um notável aumento de 15 vezes em relação a 2020. Essa previsão otimista é baseada em projeções da empresa de pesquisa de mercado Fuji Keizai.

Perspectivas diferentes: Toyota vs. BP

Embora a Toyota permaneça firme em seu compromisso com o hidrogênio, um ponto de vista contrastante emerge do recém-lançado “BP Energy Outlook 2023” da BP. 

A BP, a gigante petroquímica, considera o potencial de mercado para carros H2 praticamente inexistente entre 2035 e 2050. No entanto, continua interessada em utilizar o hidrogênio para processos “difíceis de eletrificar”, como os encontrados nas indústrias siderúrgicas, químicas, em suas próprias refinarias de petróleo, bem como na navegação e na aviação.

Por outro lado, como a Toyota está de olho na China e na Europa, resta saber se a revolução da tecnologia verde os levará à vanguarda da transformação verde da indústria automotiva.



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