Qual a situação econômica da Rússia
Os ministros de energia da União Europeia (UE) realizaram negociações de emergência na segunda-feira para analisar a compra de gás natural russo. Vale ressaltar que Moscou cortou o fornecimento para dois estados membros, Polônia e Bulgária, na semana passada. Isso ocorreu após dois países se recusarem a efetuar o pagamento do gás em rublos russos. Além disso, há um receio crescente de que a Alemanha, a potência econômica da Europa, tenha o seu fornecimento interrompido.
Ao mesmo tempo, a Europa se preocupa com a Ucrânia em relação a situação econômica do país na guerra.
Putin e a economia russa
Importante frisar que o petróleo e o gás financiam até 50% do orçamento russo. Dessa forma, acredita-se que o presidente russo, Vladimir Putin, esteja destruindo a economia do país.
A separação da Rússia com a Europa em relação às negociações de petróleo e gás será um divórcio doloroso. O país possui contratos de longo prazo e uma infraestrutura sólida, que levará um longo tempo para ser construída novamente, além de depender de um investimento considerável.
Acredita-se que levará oito anos para dobrar a rede de oleodutos russos na China, que custará bilhões e ainda cobrirá menos da metade das vendas perdidas na Europa.
Segundo especialistas, a Rússia está arruinando sua reputação e não haverá muitos países parceiros nesses possíveis novos contratos de longo prazo. Vale salientar que o fornecimento de petróleo bruto e derivados de petróleo são as exportações mais significativas da Rússia, e valem quase US$ 200 bilhões por ano .
Reflexo da guerra
A guerra iniciada por Vladimir Putin pode ser um grande desastre para a Rússia. O valor financeiro imediato já é considerado enorme, de acordo com um estrategista da BlueBay Asset Management em Londres, o valor é de aproximadamente US$ 1,4 trilhão em impacto para o país e cerca de US$ 8.000 por habitante russo.
Este número prevê reduzir pela metade o valor da bolsa de valores russa e a quantidade de oligarcas russos, além do congelamento de ativos controlados pelo Banco Central. Para mais, as sanções direcionadas ao país devem continuar enquanto o presidente seguir no poder.
De acordo com analistas, isso resultará em um fraco crescimento econômico, padrões de vida mais baixos, fuga de profissionais qualificados, inflação mais alta e déficit na capacidade produtiva do país.
Quase todos os setores estão em estado de escassez. Está difícil exportar produtos, pois a Europa é o parceiro comercial mais importante da Rússia. Logo, uma redução de 15% no PIB da Rússia pode ocorrer este ano, e o desemprego pode aumentar após a demissão de funcionários, resultado do abandono de inúmeras empresas multinacionais.
