Gigantes das redes sociais precisam descentralizar internet

Na última década, as big techs, grandes empresas de tecnologia, tem estado muito nas notícias. Inicialmente, elas se concentravam nas novas possibilidades criadas em torno da comunicação e compartilhamento de informações e nos benefícios que isso traria. Porém, novas redes de tecnologia ofereciam ferramentas sem precedentes, que ajudaram desde a reunir famílias até na derrubada de regimes autocráticos.

No entanto, o sentimento em relação às big techs mudou em 2016. Isso foi alimentado por um resultado inesperado na eleição presidencial dos EUA, que fez com que as plataformas de big techs rapidamente se tornassem facilitadores da propagação de ódio e mentiras.

Jornalistas escreveram que essas empresas tinham mais capital do que muitos governos e maior controle de discurso do que qualquer meio de comunicação.

Da descentralização ao streaming

Naquela época, a web era descentralizada. Cada site tinha seu próprio espaço, resultando em uma vasta rede de nós interligados por hiperlinks.

Logo a rede e o número de usuários aumentaram, e havia uma demanda crescente para que essa rede se organizasse e se tornasse mais eficiente. O Google capitalizou isso. A empresa construiu um algoritmo que pesquisava na web e retornava resultados correspondentes à pesquisa. No processo, ele deu início a uma nova internet que passou a ser definida por algoritmos.

De repente, conteúdos estavam sendo recomendados e definidos por algoritmos, sejam eles sobre música, notícias ou entretenimento. Estávamos todos sendo dirigidos e influenciados por esses algoritmos sobre os quais sabíamos muito pouco.

As empresas passaram a ditar qual conteúdo é aceitável compartilhar, elas decidem o que deve ser promovido, muitas vezes considerando o que é mais benéfico para elas próprias. Os controles de conteúdo são descritos como moderação por aqueles que os aprovam e censura por aqueles que discordam.

De volta à internet descentralizada

Qual é a maneira correta de governar essas plataformas maciças? Centralizar o poder dos fundadores é muito limitador, e terceirizá-lo para funcionários californianos e mídia ocidental é apenas um pouco melhor. Em vez disso, devemos olhar para trás para a internet descentralizada do passado. Muitos afirmam que é impossível voltar ao que era antes, dado o enorme valor econômico explicitamente derivado da centralização do conteúdo digital e por torná-lo mais acessível.

O blockchain permitiu a governança descentralizada das empresas, permitindo uma forma de tomada de decisão democrática. A governança descentralizada, comprovadamente eficaz pela crescente indústria DeFi, pode permitir uma solução de baixo para cima (bottom-up) que coloque o poder nas mãos dos usuários. O CEO do Twitter, Jack Dorsey, chegou a anunciar seu interesse em tal abordagem no final de 2019. Os usuários poderiam fornecer tokens que lhes permitissem votar sobre princípios de moderação.