Exportações Brasileiras Podem Ser Impulsionadas por Cortes de Taxa

As exportações brasileiras de açúcar devem ser afetadas de forma altista, já que uma esperada mudança macroeconômica do Fed poderia amparar o real brasileiro.

Na semana passada, o Federal Reserve disse que agora as probabilidades são favoráveis aos cortes de juros até o final do ano.

A taxa atual de curto prazo é de 2,25% a 2,50%. Este movimento, segundo os analistas, pode ser representativo de uma virada significativa de uma postura hawkish para uma política dovish em política monetária.

Uma redução adicional na taxa de juros dos EUA também poderia significar um movimento pressionado rumo à direção oposta do dólar. As taxas de juros têm uma enorme relevância em conduzir a direção do dólar e seu valor em relação a outras moedas.

O Brasil, principal produtor e exportador de cana-de-açúcar do mundo, refina o material produzido para se tornar etanol. Junto com os Estados Unidos, o Brasil é também um dos maiores produtores de biocombustível. Portanto, qualquer movimento do dólar poderia afetar muito o real brasileiro e, em última análise, as exportações de açúcar do país.

O etanol, que move muitos automóveis brasileiros, subiu recentemente para US$ 1.645, de uma baixa de US$ 1.198 em novembro passado.

Uma Colherada de Doce Real

Como os preços do etanol tanto influenciam quanto dependem do preço do açúcar, há também um impacto significativo do real brasileiro na commodity. Qualquer aumento no valor da moeda, como explicado por analistas, também poderia amparar o valor do açúcar.

Por exemplo, o rally dos preços do real em 2011 fez com que o preço do açúcar atingisse 36,08 cents/pound.

Na sexta-feira passada, os futuros do açúcar estavam em 12,39 cents/pound, caindo 65,7% abaixo do pico de 2011. Simultaneamente, o real brasileiro caiu 60%, para US$ 0,25990, de US$ 0,65095.

Ajustado a valores domésticos, o açúcar, no entanto, estava negociando apenas 5,7% abaixo da alta de 2011. Como acreditam os analistas, um aumento adicional no valor do real poderia fazer com que o açúcar fosse mais acessível na macroeconomia brasileira. Os investidores que detêm posições compradas da moeda também podem ver uma tendência de alta nos próximos meses.

Um analista disse: “A continuação da força no preço do etanol apenas oferece mais lógica para um aumento no preço do açúcar em algum momento”.

Filipinas Reduzem as Exportações de Açúcar

Enquanto isso, a Administração Reguladora de Açúcar das Filipinas (SRA) decidiu reduzir a alocação de açúcar para os Estados Unidos. Isso é para preparar e garantir a adequação no fornecimento de açúcar para o mercado interno.

Números do ano-safra de 2018 a 2019 mostram uma queda na produção de açúcar no país; de 2,083 milhões de toneladas métricas (MMT) para 2,071 MMT, já que surgiram conflitos contra plantadores de açúcar.

Em uma entrevista durante a 7ª Parceria Global de Bioenergia no Centro de Convenções Internacionais das Filipinas (PICC), Hermenegildo Serafica, administrador da SRA, reiterou que o mercado só pode sustentar 120.000 toneladas métricas (MT) de remessas para os Estados Unidos.

As alocações anteriores totalizaram 136.201 MT, mas devido ao aumento nas demandas do mercado e à menor produção da commodity, o país agora é forçado a seguir limites mais rigorosos nas exportações da commodity aos EUA.

Espera-se agora que os EUA compensem a redução das exportações do país do Sudeste Asiático com o abastecimento de outros exportadores – o Brasil está no topo do placar.