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Alerta no Japão sobre queda do iene 

 

O iene japonês continua sendo negociado no vermelho. Na sexta-feira, Shunichi Suzuki, ministro das finanças do Japão, evitou comentar sobre a possibilidade de intervenção do governo no mercado cambial para fortalecer a sua moeda. No entanto, Suzuki manteve sua advertência contra quaisquer flutuações rápidas.

A última surpresa veio um dia depois que a moeda japonesa caiu para uma nova baixa de 20 anos em relação ao dólar americano. Bem como, caiu para uma mínima de sete anos em relação ao euro. Além disso, os comerciantes esperavam que o Banco do Japão (BOJ) continuasse a ficar atrás de outros grandes Bancos Centrais quando se trata de sair da política de estímulo.

Enquanto isso, a tendência do iene fraco impulsionou os preços das commodities importadas e elevou o custo de vida para o Japão com deficiência de recursos. 

Suzuki afirmou que não comentaria sobre os níveis da moeda, incluindo a questão da intervenção, pois queria evitar causar qualquer impacto de um comentário improvisado. Em vez disso, anunciou que o mais importante é a estabilidade da moeda porque flutuações rápidas não são desejáveis. 

Assim, o governo continuará a observar cuidadosamente os movimentos do mercado cambial, analisando seu impacto na economia do Japão com um senso de urgência.

O iene japonês caiu para 134,56 ienes por dólar na quinta-feira. Logo, as autoridades cambiais japonesas provavelmente ficariam presas ao enfraquecimento do iene, visto que a intervenção verbal não está funcionando, observou Daisaku Ueno, estrategista-chefe de forex da Mitsubishi UFJ Morgan Stanley Securities.

No geral, o iene perdeu mais de 14% em relação à moeda americana até agora este ano, visto que foi negociado pela última vez a cerca de 134,05 ienes por USD. 

Ueno também afirmou que o Japão, em teoria, poderia tomar medidas unilaterais, ao mesmo tempo que avisava o governo dos EUA com antecedência de tal movimento. Entretanto, isso provavelmente incomodaria a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, que acredita firmemente nas taxas de câmbio determinadas pelo mercado.

Planejamento do governo japonês 

Apesar das repetidas advertências verbais contra a recente desvalorização do iene, o governo japonês continua firme em sua decisão de não intervir no mercado de câmbio. Isso ocorre em parte porque um dólar forte sugere que a queda da moeda se deve a fatores fundamentais.

Na sexta-feira, Suzuki declarou que o governo responderia adequadamente com base no acordo do Grupo dos Sete sobre câmbio. No entanto, não há um consenso claro entre os economistas sobre o ponto de gatilho para a intervenção cambial.

Já alguns traders haviam visto 125 ienes para o dólar como um gatilho para ação no mercado de câmbio. Entretanto, o governador do BOJ, Haruhiko Kuroda, sinalizou cautela quando a moeda japonesa atingiu essa marca pela última vez em 2015. Assim, como resultado, esse nível é conhecido como linha Kuroda.

Moedas emergentes

As ações e moedas latino-americanas despencaram junto com seus pares mais amplos de mercados emergentes depois que Xangai decidiu adicionar novas medidas de bloqueio. Por exemplo, o real brasileiro caiu depois que os dados mostraram que os preços ao consumidor aumentaram menos do que o esperado em maio.

Já as ações da China, um dos maiores parceiros comerciais da América Latina, encerraram o pregão no vermelho. Logo, isso prejudicou o índice mais amplo de ações dos mercados emergentes. Consequentemente, o índice MSCI para ações latino-americanas caiu 0,9%.

Entretanto, as ações da Colômbia sofreram mais com a queda dos preços do petróleo devido às preocupações com a demanda da China. Assim, o peso colombiano caiu 0,4% em relação ao dólar.

Enquanto isso, o real brasileiro caiu 0,3% em negociações agitadas depois que os preços ao consumidor subiram 0,47% em maio, abaixo das previsões do mercado.

Vale notar que houve queda na inflação brasileira em maio. O que sugere que o Comitê de Política Monetária (Copom) continuará desacelerando o ritmo de aperto com um aumento de 50 pontos base da taxa Selic para 13,25, afirmou Nikhil Sanghani, economista de mercados emergentes da Capital Economics. No entanto, com a inflação definida para ficar em um território de dois dígitos nos próximos meses, ele duvida que isso marque o fim do ciclo de aperto.

Além disso, na sexta-feira, as ações brasileiras caíram 0,2%, pressionadas por quedas na mineradora Vale SA. Por outro lado, a Eletrobras avançou 2,6% após a demanda por ações da holding de energia se aproximar de 14,3 bilhões.

Por fim, no México, os dados mostraram que os preços ao consumidor subiram 7,65% no ano até maio. Isso está um pouco acima das expectativas, mesmo com o Banco Central usando um ciclo de aperto monetário para domar a alta inflação. 

Logo, o peso caiu 0,1% em relação ao dólar e o Banco Central mexicano anunciou na semana passada que esta disposto a agir com mais força na política monetária. Assim, se precisar reduzir a inflação de volta à meta, aumentará as taxas em 75 pontos-base em sua próxima reunião no final deste mês.

 

 



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