Vacina russa de Covid-19 se popularizou na Europa Oriental

 

A União Europeia luta para ampliar a implantação de vacinas contra a Covid-19  em todos os 27 membros do bloco, enquanto os confinamentos pandêmicos continuam e aprofundam a recessão econômica. Com a Europa enfrentando problemas de distribuição, a vacina de Covid-19 da Rússia está se tornando mais popular na Europa Oriental, ameaçando criar outra possível fenda na região.

Áustria, República Tcheca, Eslováquia e Hungria já manifestaram interesse na aquisição e uso da vacina russa “Sputnik V”. No entanto, esse movimento poderia minar a abordagem da União Europeia para aprovar e administrar vacinas de Covid-19.

No domingo, o primeiro-ministro tcheco, Andrej Babis, anunciou que seu país poderia usar a vacina Sputnik V, mesmo que não conseguisse a aprovação da Agência Europeia de Medicamentos (EMA).

Além disso, o chanceler austríaco, Sebastian Kurz, e o presidente russo, Vladimir Putin, tiveram um telefonema na última sexta-feira, no qual, de acordo com o Kremlin, discutiram possíveis suprimentos da vacina russa para a Áustria, juntamente com possível produção conjunta. A Áustria iniciou a chamada, mas também indicou que não planeja contornar a EMA em termos de aprovação da vacina.

Húngria e Eslováquia já compraram a Sputnik V

 

A Hungria é membro da UE, mas tem relações conturbadas com Bruxelas. Além disso, seu líder, Viktor Orban, é conhecido por ser um aliado próximo de Putin. O país não mostrou hesitação em não obter a aprovação da UE sobre a vacina russa. Na verdade, foi o primeiro país europeu a autorizar e comprar a vacina Sputnik V em janeiro, contornando totalmente a EMA.

Segundo relatos, o país espera receber 2 milhões de doses da vacina Sputnik V nos próximos três meses. A Hungria também aprovou a vacina Sinopharm, da China, no mês passado, a qual não obteve aprovação da UE até agora.

Na segunda-feira, a Eslováquia também anunciou que havia comprado a vacina Sputnik V. O país receberá 2 milhões de doses da injeção. No entanto, o ministro da saúde da Eslováquia afirmou que a vacina não seria administrada imediatamente, pois requer a aprovação do regulador nacional de medicamentos do país.