Sistema financeiro russo enfrenta crise

 

Os EUA e seus aliados estão conduzindo uma guerra econômica desprovida de precedentes contra a Rússia após a invasão da Ucrânia. Entretanto, não se sabe ao certo se as amplas sanções vão mudar o pensamento do Kremlin na Ucrânia ou ajudar a precipitar uma recessão econômica mundial.

Apesar da promessa do presidente americano Joe Biden de degradar o rublo, a Rússia resistiu ao choque inicial de uma onda de sanções financeiras e conseguiu fortalecer sua moeda com medidas significativas.

Moscou evita uma crise econômica no curto prazo, no entanto, as consequências a longo prazo podem ter danos irreparáveis ​​à sua posição entre as principais economias do mundo.

Enquanto isso, a Rússia vende combustíveis fósseis e outras matérias-primas para manter o dinheiro vivo entrando no país. Como também, alivia a dor de um bloqueio financeiro virtual e um êxodo de empresas estrangeiras. 

Vale ressaltar que as sanções podem levar anos para ganhar força, e até mesmo não atingir o objetivo político reivindicado. No entanto, cenas horríveis de destruição e sérias alegações de supostas atrocidades na Ucrânia levam os líderes políticos de ambos os lados do Atlântico a buscar métodos para pressionar os russos. 

De Bruxelas a Tóquio e Washington, os governos divulgaram medidas mais punitivas nos últimos dias. Dessa forma,gerando restrições a mais bancos russos e empresas de construção naval, além de uma proibição dos EUA às exportações para três companhias aéreas russas e sanções contra os filhos do presidente russo Vladimir Putin.

Contudo, autoridades afirmam ainda que as medidas severas do Banco Central da Rússia para proteger o rublo demonstram que o sistema financeiro do país está em crise.

Exportações de petróleo da Rússia

Antes da invasão, autoridades americanas e europeias haviam descartado medidas para impactar as exportações de petróleo da Rússia, temendo uma ruptura econômica mundial. Entretanto, as autoridades ocidentais estão debatendo como controlar as vendas de petróleo e gás russos, que são a força vital da economia do país.

Além disso, a União Europeia proibiu as importações de carvão da Rússia. Logo, os líderes europeus afirmaram que pretendem reduzir as importações de gás natural da Europa em dois terços até o final do ano. No entanto, há uma pressão crescente para ir muito mais longe, vizinhos da Europa Oriental da Ucrânia lideram uma ofensiva de cortar o fornecimento de energia da Rússia para a Europa.

Atualmente, a Europa depende da Rússia para aproximadamente 40% de seu gás natural e 25% de seu petróleo. Há um debate em todo o continente sobre a rapidez com que os países podem encontrar alternativas à energia russa. Alguns funcionários do governo europeu argumentam que abandonar o gás natural russo da noite para o dia é impossível, dada a dependência da Europa.

Robert Habeck, ministro da economia e do clima da Alemanha, afirmou que seu país não será capaz de se livrar do gás russo até pelo menos 2024. Dessa forma, caso um embargo de gás à Rússia tenha entrado em vigor, o PIB da Alemanha poderia cair até 5%, causando danos à população do país.