Ações ampliam ganhos à medida que a inflação diminui

 

As ações mundiais estenderam seus ganhos na segunda-feira, como resultado do forte fechamento de Wall Street na sexta-feira. Enquanto isso, os preços do petróleo caíram dos seus picos, melhorando o humor e aliviando as preocupações de  inflação prolongada .

O forte crescimento nos mercados de capitais europeus e um rally em toda a Ásia depois que a China diminuiu ainda mais as restrições do COVID-19, impulsionou o benchmark MSCI para ações globais pela terceira sessão, subindo cerca de 0,5%. 

Além disso, os investidores esperam que uma queda nos preços do petróleo em relação ao pico de três meses atingidos em junho alivie as pressões de preços e permita que o Federal Reserve (Fed) dos EUA aperte as políticas de forma menos agressiva do que se temia inicialmente, moderando a ansiedade da recessão.

De acordo com o gerente de fundos da Prime Partners, Jérôme Schupp,  há mais chances de ver os preços do petróleo caírem por causa da diminuição da demanda da Europa, EUA e China devido à desaceleração da economia. Isso ajudará nas expectativas de inflação mais baixas, pelo menos até o final deste ano. 

Já a próxima reunião do Fed em julho será muito importante. Espera-se que o Fed continue a aumentar as taxas, provavelmente 75 pontos base. No entanto, a nova mensagem será mais crucial.

Enquanto isso, apesar de uma forte recuperação de três dias que ajudou a empurrar o benchmark mundial MSCI a se afastar das mínimas do início deste mês, o índice caiu mais de 20% em relação ao recorde de fechamento em janeiro. 

Logo, os traders informaram que as condições superavitárias do mercado e o reequilíbrio da carteira no final do mês também ajudaram na alta. No entanto, eles esperavam mais volatilidade à medida que a temporada de vitórias do segundo trimestre se aproximava. 

Ações e inflação

O índice mais amplo da MSCI de ações da Ásia-Pacífico subiu 1,5%. 

Além disso, Pequim informou no sábado que permitirá que as escolas retornem às aulas presenciais após o principal chefe do partido de Xangai também anunciar vitória contra o COVID-19, pois a cidade registrou zero novos casos locais pela primeira vez em dois meses. 

Já o benchmark STOXX 600 adicionou 0,6% e a flexibilização das restrições do COVID na China, um grande consumidor de metais, fortaleceu as mineradoras. 

Enquanto isso, os futuros de índices de ações dos EUA ampliaram seus ganhos no S&P 500 e-minis, em cerca de 0,4%.

Assim, espera-se que a volatilidade permaneça elevada até vermos evidências convincentes de que a inflação está moderando, os riscos de recessão estão diminuindo e as ameaças geopolíticas estão sendo reduzidas, especialmente devido às restrições às exportações de energia russas.

Segundo o UBS, o S&P fechará no atual patamar de 3.900 pontos, com o cenário de aterrissagem suave da economia. No entanto, se a deterioração dos dados macro levar a uma queda na previsão de crescimento da receita em linha com as taxas médias de recessão, então o índice cairá para 3300. 

Enquanto isso, o petróleo tem estado volátil desde a derrota da semana passada, assim, o mercado está  lutando com as preocupações da desaceleração econômica e as sanções pela perda de suprimentos russos devido ao conflito na Ucrânia.

Conclusão

O petróleo Brent subiu 0,4%, para US$ 113,53, depois de ter sofrido sua maior queda em uma semana desde abril na sexta-feira.

 Isso enquanto a receita de 10 anos do Tesouro dos EUA ultrapassou 3% e os traders  removeram apostas para aumentos no próximo ano, no entanto, ainda ponderam sobre um aperto agressivo este ano. 

Já o rendimento dos títulos do governo alemão de 10 anos, referência da zona do euro, subiu para 1.544% em dez pontos base.

Além disso, o dólar se consolidou desde meados do mês em relação à marca mais baixa. Já entre os principais pares, os traders reconsideraram as perspectivas de ganhar taxas agressivas e o índice do dólar caiu 0,1%, para 103,94. 

Por fim, o ouro subiu para  US$ 1.837,3 a onça , totalizando 0,6%. O Bitcoin subiu para US$ 21.409 e movimentou 1,2%.