Escassez global de chips não afeta preços de semicondutores 

A escassez global de chips é um problema para vários setores que parece não mudar. No entanto, não devemos esperar que os preços de todos os tipos de chips subam, disse economista-chefe para a Ásia-Pacífico da empresa de pesquisas Natixis. 

Essa escassez atingiu principalmente as montadoras, mas a crise tem um efeito negativo em tudo, desde televisores até consoles de jogos. 

No entanto, nem todos esses produtos ou indústrias podem sofrer da mesma forma. De acordo com Alicia Garcia-Herrero da Natixis, pode haver um excesso de oferta de chips específicos. Na quinta-feira, ela disse à CNBC que os chips com excedente são os de gama baixa. Ela acrescentou que isso ocorre porque a China planeja investir nessa parte da cadeia de abastecimento. 

Sobre a Squawk Box Asia, Garcia-Herrero disse que haveria uma segmentação de preços. Os chips mais baratos podem ter preços baixos, mas os relevantes para 5G e veículos elétricos podem permanecer com o mesmo preço. Segundo ela, isso teria alguns efeitos inflacionários. 

Outras razões para a escassez de chips  

A escassez contínua também resultou de empresas que começaram a acumular estoques quando a pandemia surgiu. No entanto, a geopolítica também tem um grande papel nisso. 

No meio da corrida tecnológica entre os EUA e a China, o ano passado à maior fabricante de chips Semiconductor Manufacturing International Corporation recebeu restrições. Esse fato dificultou a venda de seus produtos para empresas com laços americanos. 

Como resultado, várias empresas começaram a estocar chips essenciais após essas restrições. 

Por sua vez, Garcia-Herrero comentou que esses riscos geopolíticos não iriam embora. O setor de tecnologia e o governo dos EUA tentaram impulsionar a capacidade de fabricação de semicondutores do país como uma proteção contra esse risco. Algumas das empresas americanas até começaram a projetar seus próprios chips. Hoje, a maioria dos chips do mundo é produzida na Coréia do Sul, Taiwan e China.