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Banco Central do Brasil deixará taxas inalteradas

O Banco Central do Brasil planeja deixar inalterada sua taxa de juros básica, a Selic, que ainda estará em uma baixa recorde de 2% na próxima semana. O banco aguarda para ver como evolui a recuperação econômica emergente. Embora a maioria dos economistas consultados a respeito veja os riscos da taxa inclinados para o lado positivo.

O Comitê de Política Monetária (COPOM), um órgão do Banco Central do Brasil, criado para controlar a liquidez na economia brasileira, é o responsável pela definição da taxa. Na sua reunião nessa quarta-feira, avaliou a tendência de alta nos preços ao consumidor e sinais apontando para uma retomada nas vendas de varejo. Além do mais, considerou um aumento na produção industrial e em outros setores.

O Brasil enfrentou o segundo maior número de mortes do mundo, depois dos Estados Unidos. A primeira economia da América Latina está emergindo da pior onda de coronavírus deste ano.  Isso com alguma ajuda da postura ultra-dovish do banco e da enorme movimentação de gastos do governo.

Os 31 especialistas entrevistados em pesquisa de 12 a 15 de outubro previram que o Copom manteria a taxa Selic em 2% pelo segundo mês, depois de uma campanha de flexibilização que começou no ano passado mesmo antes do COVID-19.

Os preços ao consumidor ganharam força, subindo quatro meses consecutivos para um clipe anual de 3,14% desde que desaceleraram para o mais fraco em mais de duas décadas. Isso foi em maio, em meio ao congelamento econômico do impacto do vírus.

No entanto, ainda está dentro da meta de 4% do banco. Com uma margem de tolerância de 1,5 pontos para cima ou para baixo.

Entretanto, a recuperação econômica do país ainda é muito frágil e está exposta a potenciais contratempos.

 

Muito cedo para uma perspectiva hawkish

De acordo com a pesquisa de setembro, a previsão era de que a Selic subisse para 2,25% no terceiro trimestre do próximo ano. Em seguida, a previsão era de alta de 3,0% nos últimos três meses de 2021. Para além disso, as previsões indicavam uma subida de 25 pontos-base em incrementos posteriores.

De 18 economistas, 15 viram os riscos de taxa nos próximos 12 meses inclinados para o lado positivo, enquanto os três restantes os viam como neutros.

Comparado com a última pesquisa, isso representou uma mudança significativa, pois nela a maioria dos economistas estava inclinada a um viés neutro. O que estava em consonância com uma deterioração das perspectivas fiscais após um movimento oficial inesperado para expandir os planos de bem-estar.

Os mercados brasileiros foram atingidos pela incerteza a respeito de como o governo de Jair Bolsonaro vai financiar o novo programa, Renda Cidadã. Isso sem quebrar a regra do teto de gastos, que limita o aumento dos gastos públicos à taxa de inflação.

Além disso, qualquer gatilho para taxas de juros mais altas estaria ligado à inflação, e não a uma quebra na regra governamental do teto de gastos, de acordo com o presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto. Porém, alguns economistas ainda não estão convencidos.



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