Economia chinesa entrará a estagflação

Liu Shijin, membro do comitê de política monetária do Banco Popular da China (PBoC, sigla em inglês), sugeriu que a estagflação pode afetar a economia do país no início de 2022. Esse é o mais novo sinal de que a China considera tomar novas medidas para lidar com o crescimento lento.

Liu disse que o governo precisa prestar atenção a esse processo. Isso porque o quarto trimestre e o próximo ano deverão ser afetados.

A estagflação acontece quando a inflação está alta, mas o crescimento econômico desacelera. Isso pode ser um problema, pois as políticas destinadas a controlar a inflação correm o risco de suprimir mais ainda o crescimento. Enquanto isso, as políticas destinadas a aumentar o crescimento fazem com que os preços continuem crescendo.

Mesmo com seu alerta, Liu suspeita que a economia da China ainda possa atingir sua meta de mais de 7%

Os riscos para a economia chinesa começaram a crescer nos últimos meses. O país enfrenta uma grave crise de energia e uma desaceleração significativa do setor imobiliário. Além disso, o aumento da inflação dos preços ao produtor nas fábricas mundiais também é um fator de risco.

Visão geral da economia chinesa

O primeiro-ministro chinês recentemente confirmou essas preocupações, dizendo que a economia estava enfrentando novas pressões de queda. Ele mencionou aumento dos preços das commodities, inundações severas e escassez de energia como sendo preocupantes.

Além disso, Liu Shijin disse que os legisladores devem se concentrar em ajudar as pequenas empresas e as de manufatura. Por exemplo, oferecendo reduções de taxas administrativas ou de outros tipos.

Em um relatório no domingo, Larry Hu, chefe de economia da China no Macquarie Group, disse que a preocupação com a desaceleração do crescimento está crescendo entre os tecnocratas em várias agências governamentais.

Analistas também acham que os legisladores da China podem tomar outras medidas para aliviar a política monetária ou cortar as taxas de juros. Na sexta-feira, o relatório trimestral do Banco Central ignorou falas que surgiram anteriormente demonstrando políticas mais rígidas.

Segundo analistas do Goldman Sachs, Citi e Nomura, ignorar as falas implica em uma mudança no futuro.

Em um relatório de domingo, os analistas do Nomura escreveram que ignorar essas ideias representa uma mudança na posição política do PBoC.

Na segunda-feira, o Banco Central manteve a taxa de juros do empréstimo inalterada pelo 18º mês consecutivo.

Porém, analistas da Capital Economics acreditam que, em breve, o Banco Central começará a cortá-las. Em um relatório da segunda-feira, Julian Evans-Pritchard, economista sênior da Capital Economics na China, disse que: “À medida que as tensões econômicas continuam aumentando, haverá mais demanda para excluir os esforços de financiamento de pessoas que estão endividadas por conta de empréstimos.”