Ativos vindos do petróleo na América Latina estão em risco
O Banco Mundial identificou os países produtores de petróleo mais vulneráveis no início deste ano. Dentre esses países estão: Iraque, Líbia, Venezuela, Guiné Equatorial, Nigéria, Irã, Guiana, Argélia, Azerbaijão e Cazaquistão. Entretanto, as economias latino-americanas também não estão indo bem. Isso se deve à dependência do petróleo e à falta de um plano bem feito para a transição energética global.
A Venezuela, Equador e Colômbia dependem fortemente das exportações e receitas do petróleo. Ao passo que a Bolívia e Trinidad são dependentes do gás natural. Enquanto isso, graças às descobertas de petróleo feitas pela ExxonMobil e de seus parceiros, o pequeno país da Guiana deve se tornar o maior produtor de petróleo per capita do mundo.
A Argentina, Brasil e México dependem menos dos combustíveis fósseis. O petróleo e o gás continuam entre as maiores indústrias com as maiores receitas fiscais, exportações e investimentos de cada país.
Recentemente, houve aumentos no preço do petróleo e a necessidade urgente de salvar as economias. Portanto, muitos países da região estão desenvolvendo seus combustíveis fósseis. Esses combustíveis receberam financiamentos mais significativos do que as energias renováveis como parte dos pacotes de recuperação. Algumas empresas nacionais de petróleo estão aumentando a eficiência energética e reduzindo a queima de gás. Porém, o setor de energia da região está longe de cumprir a meta do Acordo de Paris de emissão zero de carbono até 2050.
Em um panorama onde a meta de 1,5 grau é atingida, a produção de petróleo da América Latina deverá cair para menos de 4 milhões de barris por dia (bpd) até 2035. Esse valor está abaixo dos níveis pré-pandêmicos. Isso significa que 81% de suas reservas petrolíferas não serão usadas antes de 2035.
Ficando para trás
No ano passado, a América Latina importou 2,69 milhões de bpd de petróleo bruto e refinado dos EUA. Esse valor está abaixo do recorde de 3,05 milhões de bpd atingido em 2021, sendo uma queda de 12%. No entanto, houve um aumento de 88% em relação à década anterior.
O Texas no início deste ano, enfrentou um vasto congelamento, com isso, o fornecimento de gás natural ao norte do México foi paralisado. Dessa forma, várias casas ficaram sem energia, forçando centenas de fábricas a diminuir o ritmo ou fechar. Isso levou o governo mexicano a gerar energia com carvão e óleo combustível mais uma vez.
O México adiou as reformas planejadas que iriam reduzir as emissões de combustíveis para motores. Sendo assim, os fabricantes de caminhões são obrigados a mudarem para motores a Diesel com Teor de Enxofre Ultra Baixo (ULSD, sigla em inglês). Enquanto isso, a Venezuela não fez nada para reduzir a poluição dos combustíveis desde que sua empresa estatal Petróleo de Venezuela (PDVSA) removeu o chumbo da gasolina em 2005. Vale ressaltar que isso ocorreu apesar do subinvestimento e das sanções americanas.
Porém, existem algumas exceções. Por exemplo, nós temos energia solar no Peru e no Chile e grande capacidade hidrelétrica no Brasil. Além disso, está havendo um grande investimento nos biocombustíveis, no qual a Petrobras planeja fornecê-lo para a indústria de aviação. Neste ínterim, Ivan Duque, presidente colombiano, pediu às empresas que reduzam as emissões de CO2 enquanto expandem as fontes de energia renováveis não tradicionais.
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