President Trump (Right) and Chinese Vice Premier Liu Hi (Left) after signing phase one of U.S-China trade deal

Acordo comercial entre EUA e China é um desastre

Os especialistas em economia mundial se reuniram no Fórum Econômico Mundial recentemente encerrado em Davos, Suíça consideram a fase um do acordo comercial entre os EUA e a China um erro estratégico e o nascimento de um desastre econômico. A maioria dos profissionais que se reuniram aqui argumentam que o acordo comercial ignora a ameaça que a China representa para a economia mundial, se afastam dos princípios do livre comércio e desconsideram as questões de roubo de propriedade intelectual e o aumento de empresas patrocinadas pelo estado nos mercados internacionais. Outros questionaram a praticabilidade do acordo e os seus “números fora da realidade, que coloca toda a viabilidade do acordo em dúvida.”

Chad Bown do Peterson Institute para Economia Internacional e ex-economista em comércio internacional na Casa Branca está particularmente pessimista com o acordo. Ele, por exemplo, é crítico em relação à cláusula que exigem que a China compre US$ 200 bilhões em produtos vindos dos EUA nos próximos dois anos. O acordo inclui também a garantia da China de que comprará pelo menos US$ 40 bilhões em produtos agrícolas dos mercados dos EUA. Ele argumenta que a China só pode conseguir fazer isto atraindo a atenção dos seus parceiros econômicos como a União Europeia, Canadá e Brasil. Estes sentimentos foram ecoados por Jeff Currie um especialista em commodities no Goldman Sachs que afirma “muita incerteza sobre como você chegaria à US$ 40 bilhões ou possivelmente até US$ 50 bilhões em compras de produtos agrícolas.”

Os analistas em notícias econômicas que analisam o acordo apontaram também o fato de que a fase um do acordo não aborda o conflito das tarifas comerciais entre Washington e Pequim. De acordo com um relatório recente da Oxford Economics, estas tarifas afetam mais de dois terços de todos os produtos importados da China e saltou de uma média de 3% em 2016 para 19,3% em 2019. E embora o governo de Trump esteja firme de que as empresas chinesas irão reduzir as tarifas, há evidência suficiente que apontam para o fato de que estas tarifas irão beneficiar varejistas, pequenos negócios e consumidores na forma de tarifas escondidas.

Isso acrescido ao fato de que não afeta as inibições de negócios internacionais do governo chinês ou a sustentação de subsidiárias estatais para competir internacionalmente o torna estranho à saúde dos EUA e da economia mundial.

Acordo comercial formado por questões políticas

Embora tenha assinado o acordo comercial, o presidente Trump disse que ele estava “consertando os erros do passado e entregando um futuro de justiça econômica e de segurança para os trabalhadores, agricultores e família americanas.” Estes detalhes do acordo podem não ser, entretanto, bem verdadeiros.

Em sua promessa de fazer a America Great Again, o presidente Trump afirmou que irá lutar contra qualquer um e com todos que prejudicarem ativamente os negócios e a economia dos EUA. Ao não levar em consideração tais questões importantes como o roubo de propriedade intelectual, o governo de Trump está se rendendo à Pequim.

Os críticos do governo de Trump questionaram também a pressa no processo de assinatura do acordo e o chamou até de uma ferramenta de campanha eleitoral. Eles argumentam que com as eleições de 2020 se aproximando e questões políticas graves como o impeachment pairando sobre a presidência de Trump, ele precisava de uma grande vitória, portanto, o não tão bem pensado acordo comercial da China.

Os economistas no WEF, entretanto, não ignoraram o efeito estabilizador que o acordo tem na economia mundial. O chefe do WTO, Roberto Azevedo, começou a argumentando que o “impacto político do acordo não pode ser subestimado.” O ministro da economia mexicano, Graciela Márquez Colín, por outro lado, ecoou seus sentimentos chamando o acordo de um “passo intermediário” para acalmar as tensões políticos e econômicas mundiais.

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