UE pode adotar sanções contra Rússia se repressão continuar

A Rússia enfrentou muitas críticas a nível diplomático após Alexei Navalny ser preso em seu retorno a Moscou na semana passada, e por conta do encarceramento de manifestantes da oposição.

Josep Borrell, chefe de diplomacia da União Europeia, viajará à Rússia no início de fevereiro para tratar do assunto. A UE discute a possibilidade de adotar sanções se o governo russo continuar reprimindo a oposição.

Navalny foi preso em 17 de janeiro, ao retornar à Rússia. Ele esteve em tratamento por vários meses na Alemanha depois de suas alegações de ter sido envenenado pelo Kremlin.

Além disso, o ativista publicou uma investigação na qual alegou que Putin possui secretamente uma propriedade gigantesca nas costas do Mar Negro avaliada em US$ 1,4 milhão.

Aproveitando sua fama, Navalny encorajou aos seus seguidores para que protestassem no sábado. De fato, várias dezenas de milhares de pessoas tomaram as ruas em todo o país, não só em Moscou, mas também em outras cidades. Foi um dos maiores protestos dos últimos anos na Rússia, no qual mais de 3.700 pessoas foram presas, entre elas a esposa de Navalny, Yulia Navalnaya.

Biden levantou preocupações sobre detenção de Alexei Navalny

Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, teve sua primeira conversa telefônica com seu homólogo russo, Vladimir Putin, na terça-feira.

De acordo com funcionários de Washington, o presidente estadunidense questionou as ações de Moscou sobre três questões específicas, incluindo a detenção do líder da oposição, Alexei Navalny, o ataque hacker maciço a entidades públicas e privadas no país norte-americano, conhecido como SolarWinds, e relatórios sobre a oferta de recompensas para talibãs atacarem tropas dos EUA no Afeganistão.

Ficou evidente para a Rússia que os EUA ficaram preocupados com o comportamento da Rússia quanto a essas três questões. No entanto, a conversa visava avançar em áreas com espaço para cooperação. As partes discutiram a prorrogação de cinco anos do novo tratado START de desarmamento nuclear, o único acordo através do qual ambos os poderes limitam seus arsenais. Assim, Biden disse que ambos poderiam trabalhar no interesse de seus países sob esse novo acordo e, por sua vez, Moscou recebeu a proposta “com prazer”.

Nesse sentido, Moscou publicou um documento com foco no tratado de armas. O Kremlin disse que as duas nações começaram a trocar documentos, a fim de avançar quanto à nova extensão START e concluir as etapas burocráticas necessárias nos próximos dias.

Minutos depois, o governo russo publicou uma declaração sobre a ligação entre os dois líderes, indicando que Putin expressou sua vontade de normalizar as relações bilaterais. O comunicado acrescentou que seria favorável aos interesses dos dois países e da comunidade internacional.