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Remover ações chinesas das bolsas pode ser algo inútil

Remover ações de empresas chinesas das bolsas de valores dos EUA é algo inútil, de acordo com o relatório think tank do Peterson Institute for International Economics. E isto nem negaria o acesso das empresas aos mercados de capital americanos nem prejudicaria o crescimento da China.

Nas últimas décadas, a relação entre os EUA e a China tem estado pior do que já esteve. E o mercado de ações parecia ser uma das mais recentes frentes onde a tensão entre os dois países estava causando impacto.

Em maio deste ano, o senado aprovou um projeto de lei que deveria proibir várias empresas chinesas de listarem ações nos EUA. Assim, no mês passado, o presidente dos EUA pediu que os reguladores encontrassem maneiras de apertar a investigação detalhada das empresas.

Ainda, há algumas maneiras que as empresas chinesas podem obter dinheiro dos investidores americanos, incluindo através ddseo mercado de private equity e mercado de ações de Hong Kong.

Em um relatório da PIIE de Nicholas Lardy and Tianlei Huang, o ponto vital é que o mercado para capital é mundial. E remover as ações das empresas chinesas das bolsas nos Estados Unidos não negaria a estas empresas o capital dos EUA.

Neste momento, há aproximadamente 230 empresas chinesas, totalizando US$ 1,8 trilhão em capitalização de mercado. Todas estas estão na Nasdaq e na Bolsa de Nova Iorque.

E ainda, notou-se que as empresas de private equity dos EUA têm comprado estas empresas chinesas. Uma destas é Warburg Pincus e General Atlantic, que lideraram um acordo para adquirir a empresa de tecnologia chinesa 58.com e para ela se tornar privada.

 

Número de empresas crescendo

Além disso, o número crescente de empresas chinesas nos EUA procurou uma listagem secundária em Hong Kong que é o centro financeiro e de negócios da Ásia, aberto a investidores internacionais. As empresas chinesas que lançaram ofertas secundárias em Hong Kong incluem os principais players de tecnologia NetEase, JD.com e Alibaba.

O relatório dizia: “Os investidores institucionais dos EUA e os residentes dos EUA que desejam possuir ações nessas empresas simplesmente as comprarão em Hong Kong”.

Da mesma forma, investidores estrangeiros que investem em empresas chinesas por meio de listagens de Nova York podem comprar em Hong Kong.

 

Setor financeiro

Os obstáculos em separar totalmente as empresas chinesas dos investidores americanos ressaltam a interdependência entre as duas principais economias.

A referida integração parece aumentar, principalmente no setor financeiro. E isso apesar do aviso de Trump no mês passado sobre uma dissociação completa da China, que ainda permanece como uma opção política.

Além disso, as instituições financeiras dos EUA estão aumentando sua presença na China. A partir daí, as autoridades estão lentamente afrouxando as regras de propriedade estrangeira.

Então, alguns desdobramentos podem tornar cada vez mais improvável a dissociação financeira entre os EUA e a China.

Os autores do PIIE afirmam: “Apesar de todos os fogos de artifício sobre tarifas e restrições de investimento, a integração da China nos mercados financeiros globais continua em ritmo acelerado”.

Com base no relatório, a integração geralmente parece ter acelerado nas métricas durante o ano passado. Além disso, as instituições financeiras dos EUA estão participando ativamente do processo. Com isso, torna a dissociação financeira entre os Estados Unidos e a China uma coisa cada vez mais possível.



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