Pressão da crise energética da UE no mercado italiano
Quando Marco Checchi, CEO da empresa Pelliconi, interveio para garantir que clientes como Coca-Cola (NYSE: KO), Heineken (OTC: HEINY) e Guinness continuassem a receber tampinhas fabricadas pela empresa, o perigo do racionamento de gás no inverno havia acabado de começar a fazer manchetes na mídia italiana.
No entanto, a Pelliconi aumentou a produção de semi-acabados de uso intensivo de energia, investiu em painéis solares e encomendou um protótipo de uma nova impressora digital para chapas metálicas que não utilizava fornos a gás.
Vale notar que a Pelliconi fabrica 35 bilhões de tampas de garrafa anualmente, principalmente na Itália, Egito e China.
“Quando você administra um negócio, se você continua ouvindo as notícias de que o suprimento de gás está em risco, você precisa fazer alguma coisa. Não é como se você pudesse começar a gritar e bater o pé quando eles realmente interrompem os fluxos por duas horas por dia”, falou Checchi.
A disparada dos preços da energia e o mercado italiano
A Pelliconi viu as despesas com eletricidade e gás mais do que triplicar a receita neste ano, somando-se aos desafios causados pelo aumento dos preços do aço.
Dessa forma, a Pelliconi é uma das várias empresas italianas que lidam com a crise energética provocada pelo conflito na Ucrânia. No entanto, em algumas situações, conseguiu repassar quase dois terços dos aumentos de custos para seus clientes e pretende aumentar ainda mais os preços no ano seguinte.
Além disso, a Itália registrou um aumento de 16,2% no faturamento da manufatura em julho em uma base ajustada ao calendário devido a preços mais altos. Enquanto isso, os volumes também cresceram 1,7% e isso equivale aproximadamente a um declínio de 0,8% a cada ano na Alemanha.
De acordo com o economista Paolo Mameli, do Intesa Sanpaolo (OTC: ISNPY), historicamente a mais fraca das principais economias da zona do euro, a Itália teve uma recuperação pós-pandemia mais forte na produção industrial do que a França e a Alemanha.
No entanto, o governo antecipa que a economia italiana terá contraído no terceiro trimestre após o crescimento ter superado as estimativas no primeiro semestre, com a desaceleração prevista para se estender até meados de 2023.