Política Monetária: BOJ Aberto para Mais Incentivos

POLÍTICA MONETÁRIA – O banco central japonês ainda tem poder de fogo suficiente para novos incentivos monetários, se necessário, de acordo com o diretor do Banco do Japão, Haruhiko Kuroda.

O BOJ fará uma flexibilização adicional se o momentum da sua meta de inflação de 2% diminuir, disse Kuroda durante uma entrevista em Fukuoka, no Japão.

Banqueiros centrais e chefes de finanças dos países membros do G20 se reuniram no fim de semana em Fukuoka.

Por outro lado, Kuroda salientou que o banco central não tem que implementar tais movimentos agora, dada a atual robustez da economia.

Isso ocorre em meio às incertezas sobre o programa de incentivo superagressivo do BOJ, que eles duvidam que seja sustentável. O referido programa causou alguns danos nos mercados, bem como aos bancos comerciais.

Números econômicos como o PIB parecem apoiar a declaração de Kuroda, embora a inflação ainda esteja longe da meta do banco.

Kuroda também mencionou quatro opções de política monetária que o banco poderia seguir. Por um lado, o BOJ poderia cortar mais a taxa de -0.1%, ou poderia reduzir a meta para rendimentos de 10 anos. Isso poderia aumentar sua base monetária ou apoiar a compra de ativos.

“Se o ímpeto para a nossa meta de inflação de 2% for perdido, então, é claro, o Banco do Japão responderá rapidamente mudando nossa política”, disse Kuroda.

Mercados Financeiros e Riscos

No mercado cambial, o iene japonês vacilou logo após o mercado receber as declarações do diretor, caindo para até 108,67 dólares por dólar.

O iene pode ficar mais forte se o Federal Reserve, seu equivalente norte-americano, decidir reduzir suas próprias taxas este ano.

Isso significa que o próximo movimento do BOJ provavelmente será uma flexibilização, já que um iene em baixa poderia pressionar os esforços do Japão para apoiar a inflação.

Em uma perspectiva mais ampla, os analistas esperavam anteriormente que o BOJ insistisse em alguma flexibilização adicional. Isso é por causa da perspectiva econômica desfavorável, agravada pelo aumento nos impostos sobre vendas em outubro.

Os aumentos no referido imposto reduziram previamente o consumo, retraindo assim a economia. Enquanto isso, o mercado espera que o banco central japonês mantenha sua atual política monetária no final de sua próxima reunião de política agendada para 20 de junho.

“É hora de o BOJ examinar os dados”, disse um economista-chefe do Instituto de Pesquisa Norinchukin. “O BOJ quer ser cauteloso ao adicionar incentivos porque eles não têm muitas ferramentas e os efeitos colaterais estão se acumulando”.

Em ações, o Nikkei terminou a sessão 1% mais alto, com os ganhos nos setores de Finanças e Investimento liderando o grupo.

A Toray Industries, Inc., a Shiseido Co Ltd e a Yaskawa Electric Corp estiveram entre as melhores da sessão.