Pacote de US$ 1,9 tri aprovado por Biden parece excessivo

A pandemia da Covid-19 prejudicou seriamente a economia dos EUA, pode-se dizer que uma das causas foi o grande estímulo fiscal. A última onda deve ser o projeto de lei de ajuda da Covid-19 em torno de US$ 1,9 trilhão, proposto pelo presidente Joe Biden mesmo antes das eleições presidenciais americanas.

No entanto, as implantações de vacinas já começaram, e as autoridades parecem esperançosas de uma rápida recuperação da crise global. Alguns até argumentam que o projeto de lei proposto pode ser excessivo, considerando o progresso com a vacinação e a recuperação econômica.

Se a lei for aprovada, a legislação enviará cheques de US$ 1.400 para a maioria dos americanos. Também seria estendido o bônus do Federal Reserve aos benefícios de desemprego até agosto, aumentando o valor para US$ 400 por semana. Além disso, em conformidade com o projeto de lei, US$ 75 bilhões seriam reservados para vacinas e tratamentos contra o coronavírus, ao mesmo tempo em que seria fornecida mais ajuda às pequenas empresas.

De acordo com relatos, o projeto de lei expande vários programas, incluindo o crédito de imposto de renda e o Medicaid, aumenta o salário mínimo federal de US$ 7,25 para US$ 15, e resgata planos de pensão.

Estímulo poderia ser mais bem direcionado

Alguns especialistas estão preocupados que a legislação ultrapasse sua principal missão de alívio do coronavírus. Infelizmente, existe o risco de um aumento da inflação por excesso de indulgência, o que poderia dificultar a recuperação econômica ou aumentar a dívida de US$ 28 trilhões do país.

De fato, os resultados têm um maior alcance, pois tal inflação deixaria poucos recursos para outros investimentos vitais e, eventualmente, os custos de empréstimos para consumidores e empresas também aumentariam.

Além disso, analistas argumentam que o pacote de estímulos poderia ser mais bem distribuído. Maya MacGuineas, presidente do Committee for a Responsible Federal Budget (CRFB, na sigla em inglês), observou que, embora o pacote esteja repleto de prioridades importantes e boas ideias, ele poderia ser mais bem direcionado.

De acordo com o CRFB, mais de US$ 310 bilhões em gastos tem pouco a ver com a pandemia do coronavírus. Ainda mais, os legisladores poderiam cortar outros US$ 500 bilhões sem mudar fundamentalmente o pacote.

Por outro lado, alguns especialistas acham que o Plano De Resgate Americano é uma resposta adequada à crise econômica e de saúde. Apesar de uma recuperação parcial robusta, a pandemia deixou aproximadamente 10 milhões de americanos desempregados, fechando simultaneamente centenas de milhares de pequenas empresas e levando milhões de outras a abandonar o mercado de trabalho.

O argumento é que é melhor se exceder na ajuda do que não fazer o suficiente. Louise Sheiner, diretora de política do Hutchins Center de Política Fiscal e Monetária da Brookings Institution, afirmou que, embora tenham perdido muito, se conseguirem compensar parte disso e voltarem aos níveis pré-pandemia rapidamente, seria muito valioso.