Ouro oscila em relação às máximas de 6 meses
O dólar se fortaleceu e os rendimentos do Tesouro permaneceram altos na quarta-feira. No entanto, isso fez com que os preços do ouro caíssem de sua alta de seis meses.
Além disso, os investidores também levaram em consideração a deterioração da situação do COVID-19 na China, o principal consumidor de ouro.
Com esse cenário, o ouro à vista que atingiu seu nível mais alto desde o final de junho na terça-feira, caiu 0,7%, para US$ 1.800,49 por onça, às 09:54 GMT. Enquanto isso, os contratos futuros de ouro dos EUA registraram uma queda de 0,9% para US$ 1.807,50.
De acordo com Carlo Alberto De Casa, analista externo da Kinesis Money, o ouro está cotado entre US$ 1.790 e US$ 1.830 e aguarda um novo impulso de mercado.
Por outro lado, as taxas de referência de 10 anos permaneceram próximas de seus níveis mais altos em mais de um mês, com o índice do dólar subindo 0,1%.
Vale ressaltar que na suposição de que o Federal Reserve (Fed) dos EUA reduzirá a taxa de aumento das taxas de juros, o preço do ouro aumentou quase US$ 200 em relação a uma baixa de mais de dois anos no final de setembro. Logo, isso aumentou o interesse no ativo não rentável.
Ainda de acordo com De Casa: “A questão do COVID na China pode piorar novamente, o que pode ser ruim para o ouro. No entanto, isso também pode forçar os bancos (centrais) a se tornarem mais dóceis. O que seria bom para o ouro“.
Além disso, a China removeu o requisito de quarentena do COVID-19 para viajantes que chegam ao país na segunda-feira. Isso ocorre apesar de hospitais e cemitérios enfrentarem grande tensão devido à crescente onda de COVID-19, que esgotou os suprimentos.
Assim, as principais variáveis que influenciam os preços do ouro em 2023 incluirão o desempenho do dólar, estatísticas de inflação, trajetória de aumento de juros do Fed, eventos na China e conflito geopolítico.
Ouro e platina
Os traders aguardam os dados iniciais de reivindicações de desemprego e o relatório dos EUA sobre as vendas pendentes de residências. Ambas as informações devem chegar para os investidores ainda hoje.
Enquanto isso, a prata à vista caiu 1,7%, para US$ 23,645 por onça, e a platina caiu 0,3%, para US$ 1.017,05. Já outros metais preciosos caíram 1,1%, menos o paládio que foi vendido por US$ 1.809,80.
Vale notar que a platina é mais valiosa e mais rara do que o ouro, mas nem a utilidade nem a raridade são o principal fator determinante no preço dos metais preciosos. Essa relação entre o valor do ouro e da platina começou em 1986. Entretanto, podemos ver que antes de 2010 o ouro valia aproximadamente o mesmo que a platina. Já nos últimos 10 anos, o metal amarelo aumentou seu valor consistentemente em comparação com a platina.
A saúde da economia dos EUA tem uma influência significativa no preço dos metais preciosos, particularmente para o ouro. Pois, os seus preços aumentam frequentemente quando a economia dos EUA está em dificuldades e o dólar está fraco.
