Nova York proíbe uso de gás natural em prédios

É esperado que a Câmara Municipal de Nova York elimine o gás natural em novos prédios. Provavelmente a curto prazo, a nova lei não terá um grande efeito na redução das emissões de carbono na cidade, visto que os edifícios antigos não sofrerão com a lei. Os novos prédios usarão eletricidade gerada por combustíveis fósseis. A longo prazo, o estado pretende eliminar os combustíveis fósseis utilizados na geração de energia.

San Jose, cidade mais populosa da Califórnia, também proibiu o uso de gás natural em novos prédios.

Em 2020, as emissões de carbono provenientes de combustíveis fósseis nos EUA estavam em seu nível mais baixo desde 1983. Porém, eles previram um aumento de 7% em 2021. Cabe frisar que à medida que os fornecedores de energia queimam mais carvão para gerar eletricidade, os preços do gás natural aumentam significativamente.

A nova lei de Nova York pode resultar em custos de aquecimento mais altos para prédios que usam eletricidade em vez de gás natural. Uma família média no nordeste americano paga aproximadamente US$1.538 para aquecer sua casa com eletricidade, em comparação com US$865 com o uso do gás natural. Neste ano, quase metade da energia gerada em Nova York veio da queima de combustíveis fósseis – 45% do gás natural e 4% do petróleo – e também de outras fontes como energia nuclear (24%) e energia hidrelétrica (22%).

No futuro, as emissões de carbono do setor de energia em Nova Iorque devem diminuir. Isso ocorrerá devido a uma lei aprovada pelo Estado em 2019 que exige que toda a eletricidade tenha origem de fontes limpas e livres de carbono, como por exemplo, a utilização das energias renováveis e nuclear que deverão ser implantadas até 2040.

Indústria do petróleo e gás natural

O RMI, organização independente para criação de energia limpa, analisou os dados de gases do efeito estufa (GEE) de Nova York. Segundo o grupo, a queima de combustíveis para aquecimento residencial e da água em prédios é responsável por quase 40% das emissões totais de GEE da cidade.

A indústria de petróleo e gás se opôs à proposta. Ela afirmou que o uso de gás para aquecimento residencial reduziria as emissões e diminuiria os custos para o cliente. Isso, combinado com fontes limpas como o hidrogênio e o gás natural renovável de aterros, seria eficiente.

Enquanto isso, na Europa, a escassez de gás natural fez com que os preços da energia disparassem para níveis históricos nos últimos meses. A União Europeia argumenta se deve classificar as usinas movidas a gás como investimentos verdes, a fim de cumprir as metas climáticas.