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Nova Lei de Segurança poderá mudar a China para Sempre

Notícias Econômicas: Hong Kong é um dos centros financeiros mais importantes do mundo, mas este status parece estar sob ameaça.

A China aprovou de forma unânime uma nova lei de segurança para Hong Kong – o que alguns especialistas alertam que poderá eclodir muitas estruturas que garantem privilégios importantes para Hong Kong em esfera internacional.

A nova lei proíbe sedição, secessão e traição contra a China – crimes que podem levar a pessoa à prisão.

De acordo com Robert Koepp, a China usa consistentemente a segurança nacional para evitar cumprir qualquer lei. Eles podem prender sem qualquer explicação. Robert Koepp é o fundador e diretor da Geoeconomix.

Entretanto, o premier da China diz que a nova lei deve proteger a prosperidade de Hong Kong a longo prazo. Os protestos desde 2019 têm atingido o país. Mas os críticos estão preocupados que a medida da China para apertar seu controle em Hong Kong atrapalhe a liberdade garantida ao território por 50 anos quando o Reino Unido o devolveu em 1997.

Claudia Mo, legislador de Hong Kong, disse que eles não esperavam um ataque em grande escala. Ele acrescentou que isto era o fim de Hong Kong.

 

Por que agora?

A pandemia global tem agitado o ocidente e os Estados Unidos estão recuando sob políticas cada vez mais isolacionistas. Segundo especialistas, o momento faz sentido para a China.

E ainda o fato de que a China precisa de apoio em casa.

A forma como a China está lidando com o surto do coronavírus chamou a atenção da comunidade internacional e indignou alguns cidadãos da China continental.

A economia da China está em péssimo formato, tendo sido atingida pelo Covid-19.

Alguns analistas dizem que a China precisa de um rápido arranjo para reparar sua imagem localmente. Manter Hong Kong na linha é um movimento altamente popular entre a população em geral.

Em 1990, Hong Kong era responsável por 27% da economia da China. Mas agora é responsável por menos de 3%.

A China possui várias cidades centros atraindo investimentos e trabalhadores estrangeiros, como Pequim, Shenzhen, Shanghai, Guangzhou e Chongqing. A China não depende mais somente de Hong Kong; portanto tem cada vez menos incentivos para manter Hong Kong feliz e economicamente independente.

 

Por que Hong Kong ainda importa

Xangai é um centro empresarial importante, atraindo multinacionais a nível global.

Shenzhen é uma metrópole ao norte de Hong Kong e tem crescido com uma superpotência de manufatura que tornou a China o maior exportador do mundo.

Entretanto, Hong Kong ainda é um centro financeiro importante da Ásia. Sua interface perfeita com o Ocidente e seu enorme porto facilitam o comércio com investidores globais.

Hong Kong é o canal principal entre o Oriente e o Ocidente para o comércio e as finanças globais – graças em grande parte aos seus judiciários e reguladores independentes que garantem um estado de direito rígido.

Os investidores e as empresas internacionais confiam no sistema legal de Hong Kong.

Portanto, mesmo que Hong Kong não contribua tanto para o PIB anual da China, continua vital para os investimentos da China vindos do Ocidente.

A maioria do investimento direto que entra e sai da China passam por Hong Kong. As empresas chinesas preferem também Hong Kong para efetuar empréstimos.

Hong Kong é também uma casa para fintech, bancos privados e negociação de derivativos.

A China tem usado instituições financeiras em Hong Kong para ajudar a impulsionar sua moeda nacional.

Em junho, houve uma nova proposta para transformar Hong Kong em um centro offshore importante para o yuan chinês. É uma das iniciativas mais abrangentes para integrar ainda mais Hong Kong com os mercados financeiros na China Continental.

Alguns especialistas dizem que a maior vantagem é sua posição como um centro de investimento offshore importante para o USD. O dólar de Hong Kong tem se baseado no USD desde 1983, que tem sido essencial para assegurar a estabilidade financeira.

Os investidores se sentem seguros em deixar seu dinheiro em Hong Kong e de negociar com a moeda local porque eles podem converter facilmente em USD. Esta é a principal razão que impulsionava Hong Kong para se tornar o importante centro financeiro que é hoje e o maior contribuinte para a China.

Portanto, qualquer pressão dos EUA pode prejudicar a China.

Alguns observadores na China dizem que a ameaça da América para retirar os privilégios especiais do Hong Kong poderá limitar seu acesso ao USD. A medida da América poderá desencadear um efeito dominó, começando com um combate da capital e culminado em um colapso da moeda e enormes perdas para os investidores. Mas os analistas acreditam que é improvável acontecer.

 

Um risco financeiro

Antes da nova lei de segurança, a estabilidade econômica de Hong Kong já estava em risco. Tinha caído da terceira para a sexta posição entre setembro de 2019 a março de 2020 em um ranking bianual dos centros financeiros do mundo. Xangai, Tóquio e Cingapura foram superados por ele, com Pequim logo atrás na sétima posição.

Os protestos pró-democracia que fecharam efetivamente o comércio e o turismo tiveram um impacto expressivo. A liberdade sendo tolhida também levou a economia de Hong Kong para uma recessão em 2019.

A nova legislação serviu apenas para promover os protestos ainda mais ao redor de Hong Kong. Isto proibi a subversão do poder do estado, interferência estrangeira e atividades terroristas.

Mais de 1.300 empresas americanas operam em Hong Kong. A Câmara do Comércio pesquisou mais de 80% delas e descobriu que elas estavam preocupadas com a medida da China para impor a nova lei de segurança. Eles citaram os temores com o possível impacto nas liberdades civis fundamentais.

Também estão em jogo os principais privilégios concedidos a Hong Kong sob a Lei de Política de EUA-Hong Kong de 1992. Em 2019, o comércio entre os EUA e Hong Kong foi de cerca de US$ 66 bilhões.

Em 28 de maio, o Banco Nacional da Austrália disse que os EUA abriram portas para possíveis tarifas sobre importações de Hong Kong, congelamento de ativos ou restrições de visto para altas autoridades.

A administração do presidente Trump já está tomando medidas. Na sexta-feira, Mike Pompeo, secretário de Estado, anunciou novas restrições de visto às autoridades chinesas responsáveis ​​por restringir a liberdade de Hong Kong.

Os EUA também podem decidir restringir as importações de tecnologia sensível a empresas com sede em Hong Kong.



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