Lucro da Nike Pouco Prejudicado pelo Conflito Comercial

As ações da Nike Inc. foram impulsionadas fortemente pelas demandas nos mercados americano e chinês. De acordo com executivos da Nike, a disputa comercial sino-americana não teve efeitos negativos nas vendas da fabricante americana de tênis.

“Nós não vimos nenhum impacto em nossos negócios até o momento, e continuamos a ver um forte impulso”, disse o presidente-executivo Mark Parker na quinta-feira.

Os Estados Unidos impuseram um aumento de 25% no valor de US$200 bilhões em importações chinesas em maio.

Eles declararam também a imposição de novas tarifas sobre US$ 300 bilhões em produtos chineses importados, incluindo calçados.

Os líderes dos dois países, Donald Trump e Xi Jinping, devem se reunir esta semana nos bastidores da Cúpula do G20 para discutir possíveis acordos comerciais.

A Nike produz 25% de sua seleção global de calçados e vestuário na China. De acordo com executivos, no entanto, a empresa é capaz de terceirizar de fábricas estrangeiras para combater os reveses causados pelas tarifas norte-americanas.

“Embora a situação esteja certamente dinâmica com respeito ao comércio, estamos relativamente bem posicionados”, acrescentou Parker.

Aumento nas Vendas do Quarto Trimestre

A Nike divulgou seus lucros no quarto trimestre, que mostraram um crescimento total das vendas de 4%, para US$ 10,18 bilhões. A receita do mercado norte-americano subiu para US$ 4,17 bilhões, um aumento de 7% em relação aos números anteriores. A maioria das vendas totais da empresa consiste na receita da referida região.

As vendas da gigante dos calçados também subiram 16%, para US$ 1,7 bilhão no mercado chinês. A Nike se concentrou no uso de seus aplicativos digitais para colher as vendas online globais e se desviar da dependência das lojas tradicionais.

Segundo Parker, em 2019, as vendas online subiram 35% após a fabricante de tênis investir cerca de US$ 1 bilhão em aplicativos digitais e mais. Ele também estabeleceu uma expectativa de que as transações feitas digitalmente compreenderão pelo menos 30% dos negócios da empresa até 2023.

Como a tecnologia RFID começou a ganhar destaque entre marcas e varejistas, a marca de vestuário veterana começou a colocar a RFID em quase todos os seus produtos, de acordo com Parker, dizendo que “centenas de milhões de produtos” já foram aprimorados com ela.

A Nike reiterou as previsões financeiras anteriores para aumentar significativamente no novo ano fiscal. A receita do último ano fiscal, que terminou em 31 de maio, subiu 7,5%.

O diretor financeiro, Andrew Campion, disse que a empresa prevê mais um ano de crescimento “amplo” e entrega satisfatória em seu “modelo financeiro de longo prazo”.

Ele acrescentou que a Nike enfrentou maiores obstáculos e pressão sobre as margens de lucro.

Na quinta-feira, durante um período de negociação prolongado, as ações da Nike subiram 1,3%, para 83,66, e agora estão 13% mais altas este ano.

Uma Marca da China para a China

A China é o mercado de crescimento mais rápido do qual a gigante de calçados tem controle, já que 17% das vendas totais da marca vêm do país. Com o país como o principal mercado de crescimento da Nike, a guerra comercial EUA-China foi um destaque para discussão durante seu relatório sobre os lucros do quarto trimestre fiscal.

O CEO Parker acredita que a China é uma parte crítica contínua da “base de origem” da Nike e que a estratégia de ser “uma marca da China para a China” servirá bem.

“Estamos confiantes de que continuaremos a cultivar o esporte e nossos negócios na China nas próximas décadas”, declarou ele.

A Nike também continuará fabricando produtos – vestuário e tênis – no país asiático, que, segundo o CFO Campion, fornece cerca de 25% de seus produtos para o mercado global. Ele acrescentou que a adição potencial de tarifas sobre produtos fabricados e exportados pela China é “relativamente modesta”.