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Japão vende toneladas de ouro para financiar pacote de ajuda

O Banco do Japão vendeu 80 toneladas de ouro para outro departamento do governo. Com isso, o país pretende financiar parte de seu enorme programa de estímulo para combater a crise econômica gerada pela pandemia. Ele está entre as dez maiores reservas de ouro, com 765,2 toneladas no final de outubro de 2020.

O governo japonês está sobrecarregado com uma enorme dívida pública, que equivale ao dobro do tamanho da sua economia. Além disso, a receita tributária reduziu devido à recessão causada pela pandemia.

O Ministério da Economia tem sido pressionado a encontrar receitas não fiscais, em particular, para cobrir parte do orçamento destinado a lidar com a crise da saúde. Em casos como este, o Ministério muitas vezes usa fundos de reserva. Esses incluem contas especiais ou lucros que o Banco do Japão e outras agências devolvem ao Estado assim que fecham suas contas anuais.

No entanto, nessa ocasião, o ministro recorreu a uma operação incomum envolvendo o Banco Central. A divisão do Ministério da Economia responsável pelas relações exteriores vendeu parte de suas reservas em dólares para o Banco do Japão. Com o iene recebido, essa divisão comprou ouro de outra divisão do Ministério, a qual é responsável pela gestão de dívidas.

Fundo será usado para pesquisa universitária

Como revelado pela Reuters, citando duas fontes oficiais anônimas, a divisão responsável pela gestão da dívida obteve receitas de meio trilhão de ienes (US$ 4,84 bilhões). Essa quantia deve ser usada para fornecer um novo fundo destinado a promover a pesquisa e o desenvolvimento nas universidades.

Em 16 de dezembro, o Banco do Japão anunciou que compraria dólares do Ministério da Economia. A ação trata-se de uma precaução contra possíveis distúrbios no mercado causados pela pandemia.

Segundo alguns analistas, essa operação poderia ter vindo do próprio Ministério da Fazenda, com o intuito de evitar a emissão de dívida excessiva ou o uso do dinheiro dos contribuintes para doar o fundo.

Yoshimasa Maruyama, economista-chefe da SMBC Nikko Securities, descreve esse arranjo como um uso efetivo dos recursos estatais. Parece razoável que o Banco do Japão aumente seus fundos em dólares. Mas provavelmente foi o governo, não o Banco Central, que puxou o gatilho, na expectativa de conseguir dinheiro para o fundo da universidade.

A dotação orçamentária para o fundo universitário destaca as dificuldades que o governo japonês tem para gerenciar o maior ônus da dívida pública do mundo. Que cresceu massivamente devido às medidas de estímulo aprovadas nas últimas duas décadas.

 



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