Nixse
0

Invasão russa na Ucrânia ameaça segurança alimentar global

No verão passado, as Nações Unidas e a Turquia negociaram um acordo inovador entre a Ucrânia e a Rússia. Esse acordo visa aliviar as tensões e facilitar o transporte de alimentos e fertilizantes russos.

No entanto, a Rússia insiste que as disposições do acordo não foram totalmente implementadas, e estabeleceu um prazo para que suas preocupações sejam atendidas. 

De todo modo, essa tática arriscada não é nova, já que a Rússia decidiu unilateralmente renovar o acordo por um período mais curto do que o previsto.

Impacto na segurança alimentar global

Funcionários e analistas da ONU expressam preocupação sobre as possíveis consequências de não estender a Iniciativa de Grãos do Mar Negro. 

Países da África, Oriente Médio e partes da Ásia dependem fortemente do trigo ucraniano, óleo vegetal, cevada e outros produtos alimentícios acessíveis. 

Além disso, com os efeitos devastadores da seca já cobrando seu preço, a interrupção do acordo de grãos pode exacerbar a crise global de alimentos e levar a preços mais altos. 

Infelizmente, o alívio trazido pelo acordo ainda não se traduziu em benefícios tangíveis para os consumidores.

Na semana passada, os negociadores se reuniram em Istambul, mas o progresso foi limitado. No entanto, o vice-primeiro-ministro ucraniano, Oleksandr Kubrakov, propôs estender o acordo de grãos por mais tempo para promover a estabilidade e a confiança do mercado. 

Em contraste, a Rússia se opôs à ampliação ou expansão indefinida do acordo. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, confirmou as discussões em andamento, e afirmou que uma decisão ainda não havia sido tomada, deixando o futuro do negócio incerto.

Postura e preocupações da Rússia

Enquanto as negociações continuam, a Rússia está exportando rapidamente sua abundante colheita de trigo por meio de portos alternativos, o que levantou preocupações entre os críticos. Eles argumentam que as ações de Moscou podem ser uma forma ou uma tentativa de obter concessões em outras áreas, como as sanções ocidentais. 

Além do mais, as inspeções conjuntas de navios, cruciais para garantir que as embarcações carreguem apenas alimentos e não armas, diminuíram de frequência. Consequentemente, esse declínio alimentou dúvidas sobre o compromisso dos russos com o acordo.

A Rússia apresentou uma lista de demandas que inclui a restauração do fornecimento estrangeiro de máquinas agrícolas. Primeiro, o país insiste em suspender as restrições de seguro e acesso a portos estrangeiros para navios e cargas russas. 

Além disso, querem retomar a operação de um oleoduto para exportação de amônia russa, e exigem a remoção das restrições às atividades financeiras relacionadas às empresas russas de fertilizantes.

Por último, eles estão pedindo para recuperar o acesso ao sistema bancário SWIFT internacional para o Banco Agrícola Russo. Claramente, essas demandas sugerem que a Rússia busca concessões mais amplas além do escopo do próprio acordo de grãos.

Implicações globais e dinâmica de mercado

As Nações Unidas reconhecem que, embora esteja fazendo o que pode, as soluções definitivas estão no setor privado. 

Assim, a Black Sea Grain Initiative facilitou o embarque de mais de 30 milhões de toneladas métricas de grãos ucranianos. De modo geral, isso é um benefício para as nações em desenvolvimento.

Por outro lado, o argumento da Rússia é que os alimentos chegam principalmente aos países desenvolvidos, não aos países mais pobres. Entretanto, tal postura definitivamente causa alguns pontos de vista contrastantes. 

Por fim, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, destaca o impacto positivo da redução dos preços dos alimentos para todas as nações, independentemente de seu estado de desenvolvimento.



você pode gostar também
Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.