Inflação está perto de sua alta de 40 anos
Para caracterizar o ano de 1992, a Rainha Elizabeth II da Inglaterra usou o termo “Annus horribilis” que significa “ano terrível”. Ela jurou que não iria lembrar desse ano de forma otimista, uma vez que ele foi considerado turbulento.
Devido às circunstâncias atuais, o mesmo termo pode ser utilizado para 2022. As pressões inflacionárias afetaram os consumidores dos EUA com uma taxa que não era vista a décadas. Essa taxa teve um impacto nas fortunas eleitorais de Joe Biden, presidente dos EUA. Além disso, ela está tornando o trabalho de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), muito mais difícil.
Inflação em 2022
Na quarta-feira, os números revelaram que a inflação ao consumidor no mês de dezembro estava com uma alta de 7% em relação ao ano anterior, com os preços subindo 5,5%. Logo, esse aumento nos preços foi considerado o maior desde 1991, além de ser o crescimento mais rápido em um ano desde 1982. Os dados fizeram com que os Índices tivessem um aumento incomum. Na quarta-feira, Tendayi Kapfidze, economista-chefe do Banco dos EUA, disse: “Uma vez que a inflação acontece ou termina, os bens não precisam ficar mais baratos. Tudo o que eles precisam fazer é parar de aumentar”.
Mesmo com a demanda significativa elevando os preços, Jeff Gundlach, investidor e empresário americano, afirmou esta semana que vê a “pressão recessiva” aumentando. Um mercado de trabalho reduzido e salários crescentes são muito mais prováveis de permanecer, estimulando assim, uma demanda que não para de crescer.
Durante a quarta-feira, Paul Ashworth, economista sênior da Capital Economics, descreveu os dados dos preços do mês de dezembro como “tão sombrios quanto prevíamos”. Em março, o Fed deve começar o aumento das taxas de juros com quatro altas de 25 pontos-base este ano e mais quatro em 2023. Essa decisão o alinha com Jamie Dimon, CEO do JPMorgan Chase, que previu esta semana que o Banco Central seria obrigado a elevar ainda mais as taxas devido ao aumento dos preços.
A resposta do Banco Central ao aumento dos preços determinará o seu futuro. E, ao contrário de seus antecessores, Biden escolheu renomear Powell apesar da pressão para mudar de direção na segunda-feira. Portanto, as suas fortunas políticas estarão inevitavelmente associadas à política do Fed.
