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Hungria e Polônia vetam fundo de recuperação

A relação entre valores e interesses é complexa. Desse modo, muitas vezes a União Europeia tem de agir além de suas fronteiras, e países membros podem enfrentar desavenças. Na segunda-feira, Hungria e Polônia vetaram a aprovação de novos orçamentos da UE. Os países bloquearam tanto o estímulo europeu perante a crise causada pela Covid-19, de 750 bilhões de euros, quanto o orçamento plurianual da UE para os próximos sete anos. O valor total seria de 1,8 trilhão de euros.

A razão do veto é a inclusão da vinculação do respeito aos critérios do Estado de Direito como condição para alocação dos recursos aos países da UE. O que poderia levar à suspensão dos fundos europeus em casos de corrupção ou problemas quanto à independência do Poder Judiciário, por exemplo.

 

Europe, coronaviru Europa busca solução urgente

Os Estados-Membros procuram agora uma solução urgentemente. As que estão sendo consideradas são diversas, desde uma declaração que ofereça garantias aos dois países, até a concessão de fundos comunitários adicionais. Algumas passam por casos ainda mais extremos, como deixar os países fora do fundo de recuperação ou criar um instrumento financeiro especial. Mas a mensagem subjacente de ambos os lados é a mesma: não há tempo a perder.

O trabalho para solucionar o problema está em andamento em vários níveis, de acordo com fontes diplomáticas. E a resolução deve acontecer na videoconferência dos líderes nesta quinta-feira.

O bloqueio desses dois países já foi discutido na terça-feira no Conselho de Assuntos Gerais. Mais uma vez, Hungria e Polônia defenderam seu bloqueio e se pintaram como vítimas do novo mecanismo. A Ministra da Justiça húngara, Judit Varga, descreveu o mecanismo como um procedimento arbitrário e injustificado.

Na verdade, o Ministro alemão dos Assuntos Europeus, Michael Roth, estava esperançoso de conseguir uma solução nos próximos dias. De olho em Budapeste e Varsóvia, ele lembrou que todos os líderes europeus tiveram que ceder para avançar com o histórico acordo de julho. Segundo o acordo, o grande estímulo recebeu aprovação em frente à pandemia com o mecanismo aderido.

Além disso, os parceiros do Norte e o Parlamento Europeu se opõem a uma solução que enfraqueça o mecanismo acordado. Itália e Espanha, as mais atingidas pela pandemia, alertaram que um debate é urgente.



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