Golpe faz com que militares do Sudão assumam o poder 

Na segunda-feira, os militares prenderam Abdalla Hamdok, primeiro-ministro civil do Sudão. Devido a isso, houve redução no governo de transição do país, gerando protestos em algumas cidades. Segundo a Reuters, agência de notícias britânica,  sete pessoas morreram e 140 ficaram feridas nos conflitos entre manifestantes e forças de segurança.

Os especialistas dizem que o golpe pode ter um impacto severo sobre a situação dentro e fora do Sudão.

Entenda o golpe

As tensões no país começaram a crescer após uma tentativa de golpe no dia 21 de setembro. Ele está dividido entre os defensores do governo pró-militar e pró-civil. 

Vários funcionários do governo, incluindo Hamdok, se mudaram para um local secreto após negarem apoio ao último golpe, na segunda-feira.

Os setores de telecomunicações passaram a ter acesso restrito. Enquanto isso, outros estabelecimentos relataram que os militares bloquearam pontes e estradas para a capital, Cartum. 

No mesmo dia, Zaynab Mohamed, analista político da Oxford Economics Africa, disse em nota que uma tentativa de golpe parecia estar em andamento. Ao mesmo tempo, as restrições impostas às telecomunicações dificultam a transmissão de notícias em tempo real.

Ele disse que o prolongado desacordo entre as facções do governo civil e militar levantou questões. Por exemplo, se essa divisão de poder vai durar até as eleições democráticas de 2023. Mohamed acrescentou que, com base na situação atual, é menos provável que dure. 

Zaynab disse que se os militares conseguirem assumir, a transição para a democracia será afetada, o que amedronta o apoio humanitário internacional.

Impacto econômico

Edward Hobey-Hamsher, analista sênior da África na consultoria de risco político Verisk Maplecroft, disse que o golpe surge em meio à tensão entre as facções militares e civis do Conselho de Soberania do Sudão. Ele acrescentou que eles se culpavam pelo fracasso em resolver a crise do custo de vida, que surgiu devido ao bloqueio em Port Sudan por manifestantes tribais do nordeste.