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Temporada de furacão “altamente-ativo” do Atlântico irá devastar países insulares impactados pelo coronavírus

O início das condições de climas extremos, além da crise de saúde em decorrência do coronavírus que prevalece e o colapso econômico irão atingir os países insulares das regiões do Caribe e do Pacífico como uma “perfeita tempestade”, alertou a Secretária Geral do Commonwealth Patricia Scotland.

Scotland declarou que o Commonwealth vem tentando alertar o mundo que alguns dos países insulares estão se encaminhando para tempos precários, impulsionados pelas crises sobrepostas.

“Nós temos três coisas aterrorizantes fazendo uma intersecção.” Disse Scotland.

A crise de saúde do COVID-19 e a crise econômica mundial deixou em colapso no turismo, que é responsável por mais de 60% do PIB na maioria dos países insulares. As tempestades tropicais e os maiores furacões de escala devastadora que costumavam ser uma ocorrência rara no passado se tornaram mais frequente, tornando todos os países insulares mais vulneráveis às mudanças climáticas perigosas.

“Estes furacões não estão vindo a cada 72 anos, eles estão vindo todos os anos e estão ficando cada vez maior.” Ela declarou.

Países insulares estão enfrentando uma “ameaça existencial”

Scotland comparou o aumento na magnitude do ciclone Harold em 2020 para a tempestade tropical Erika e os furacões Irma e Maria em 2015 e 2017, respectivamente. Ela declarou que estas calamidades naturais não causaram somente bilhões de dólares em prejuízos nestes países insulares, mas nos EUA também.

O fato é que eles já estão enfrentados uma crise econômica e de saúde devido à pandemia do coronavírus,  e os países caribenhos podem ser destruídos pela nova “temporada de furacões”. Como alguns dos países mais endividados do mundo, as economias destes países irão sofrer bastante sob estas condições.

“E esta dívida não surgiu devido a sua falta de aptidão fiscal, surgiu porque eles tiveram que responder aos eventos climáticos e outros como a pandemia que estão fora de seu controle.”

A Administração Nacional de Oceanografia e Atmosfera (NOAA) dos EUA prevê que a temporada de furacões do Atlântico, que começa a partir de 01 de junho e termina em 30 de novembro irá registrar uma “atividade acima do normal” em 2020.

“As análises da NOAA das condições atuais atmosféricas sazonais revelam o recebimento de um furacão do Atlântico ativo este ano.” Neil Jacobs declarou, atuando como o administrador da NOAA.

A interseção de uma pandemia global e o início de uma temporada de furacões altamente ativos irão provavelmente se desenvolver em um “tsunami econômico”, de acordo com Scotland que acrescentou que “regiões vulneráveis estão realmente em um ponto que irá significar que muitas delas estão enfrentando aquela ameaça existencial, não mais no nível um mas sim no três.”

Alta dependência no turismo nos países insulares  

O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou que a economia global sofrerá um impacto mais severo do que na Grande Depressão, enquanto o Banco Mundial estimou que o produto interno bruto global irá encolher 5% em 2020.

Em meio à crise de saúde e a recessão econômica, as economias insulares, onde a maioria depende do turismo, sofrerão um impacto adicional com as condições climáticas severas que se aproximam. No Caribe, o FMI estimou que o declínio repentino no turismo irá fazer contrair o PIB em 6,2% em 2020.

“Se você depende principalmente do turismo como uma das suas principais fontes de renda, isto o torna incrivelmente vulnerável durante este período e agora nós temos o início da temporada de furacões.” Scontaland disse.

Segundo o Moody´s Analytics, nas Bahamas, por exemplo, até 80% de seu PIB vem do turismo, que foi bastante afetado após medidas de bloqueio e fechamento de viagens transfronteiriças. Muitos turistas, principalmente das economias desenvolvidas, cujas economias também foram significativamente estagnadas pela pandemia, foram forçados a cancelar ou reagendar suas férias.

As previsões do S&P de março afirmaram que “as pequenas economias insulares focadas em sol, mar e areia seriam as mais atingidas, com o turismo provavelmente caindo de 60% a 70% no Caribe entre abril e dezembro de 2020. Alguns dos países mencionados com maior risco de colapso econômico incluem Aruba, Barbados, Fiji, Cabo Verde e Bahamas.

Após o ciclone Harold, um relatório publicado pela Refugees International, afirmou que as Ilhas do Pacífico são as primeiras do mundo a lidar com a “complexa interseção” da pandemia e um desastre.

“As Ilhas do Pacífico podem ter sido a primeira região do mundo a lidar com a complexa interseção do COVID-19 e o desastre – mas não serão as últimas. Com a temporada de furacões no Atlântico no horizonte – uma que os cientistas preveem será mais ativa do que o habitual – a comunidade internacional deve refletir sobre os desafios da prestação de ajuda durante a crise do COVID-19 “.

O terrível estado das notícias econômicas previstas nas economias insulares e de outros países fortemente dependentes dos negócios de turismo dos países mais ricos afetará ainda mais a economia global, que atualmente está sofrendo com a pandemia.

Ligada ao Império Britânico, a Commonwealth é uma aliança voluntária de 54 estados membros em todo o mundo, com uma população de aproximadamente 2,4 bilhões de pessoas, algumas das quais eram colônias britânicas.



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