O dólar americano caiu na segunda-feira (27)

O dólar caiu na segunda-feira depois de atingir um pico de sete semanas na sessão anterior.

Vale ressaltar que na sexta-feira, novos dados mostraram que os gastos do consumidor americano aumentaram em janeiro. No entanto, a inflação também acelerou. Isso significa que o Federal Reserve (Fed) pode decidir continuar com sua política monetária agressiva. Novos aumentos nas taxas de juros prejudicam a inflação e, como a economia permanece resiliente, há menos chance de recessão.  

Enquanto isso, os investidores apostam que a agência aumentará as taxas para aproximadamente 5,4% até o verão. Porém, no início deste mês, eles previam que as taxas atingiriam um pico de apenas 4,9%. 

Já o índice do dólar americano estava relativamente moderado em relação à cesta das seis principais moedas na segunda-feira. No entanto, disparou quase 3% em fevereiro. Assim, o índice parece prestes a quebrar uma seqüência de quatro meses de perdas.

Ao mesmo tempo, o euro caiu para seu nível mais baixo em relação ao dólar desde 6 de janeiro. Entretanto, recuperou algumas de suas perdas, chegando em uma alta de 0,16%, para US$ 1,056. 

Além disso, o sentimento do investidor melhorou ligeiramente na segunda-feira. No entanto, as ações globais estão subindo e isso pode estar pesando sobre o USD, observou Simon Harvey, chefe de estratégia FX da Monex Europe. Harvey também acrescentou que, depois de desfrutar de um mês forte, pode haver fluxos de final de mês do dólar.

A moeda americana caiu 0,22% em relação ao iene japonês e foi negociado a 136,21 ienes. Além disso, perdeu alguns de seus ganhos em relação à sessão anterior, quando atingiu um pico de mais de dois meses de 136,58.

Libra esterlina

A libra esterlina subiu 0,31%, para US$ 1,198 hoje. Vale lembrar que a moeda foi negociada no vermelho por três sessões consecutivas antes de se recuperar. 

Com esse cenário, analistas acreditam que a libra lucrou com um possível acordo com a União Europeia que pode resolver as tensões pós-Brexit.

No entanto, o núcleo da inflação continua elevado no país. Assim, Ulrich Leuchtmann, chefe de pesquisa FX do Commerzbank, observou que os banqueiros centrais estão preocupados com isso. Segundo Leuchtmann, a tendência de aumento das taxas básicas de inflação continua ininterrupta, embora as taxas principais estejam caindo.

Além disso, na sexta-feira, a principal medida da inflação dos gastos de consumo pessoal dos EUA mostrou que o índice atingiu 4,7% ao ano em janeiro, um pouco maior em comparação com 4,6% em dezembro. 

Ao mesmo tempo, os dados sobre o núcleo da inflação dos preços ao consumidor na zona do euro mostraram que ela saltou para um recorde de 5,3% ao ano no mês passado.

Dessa forma, os traders agora estão esperando por mais dados para determinar o estado da economia global. 

Os dados da pesquisa de manufatura e serviços ISM dos Estados Unidos para este mês serão divulgados na quarta e sexta-feira. Além disso, os números preliminares da inflação do IPC da zona do euro para fevereiro serão divulgados na quinta-feira.

Moedas asiáticas

O Yuan chinês chegou a 6,97 por USD, logo, o dólar caiu 0,17% em relação à moeda chinesa offshore hoje. 

Enquanto isso, o dólar australiano caiu 0,15%, para US$ 0,672, no início da sessão, atingindo seu nível mais baixo desde o início de janeiro.

Além disso, as moedas e ações dos mercados emergentes asiáticos foram negociadas no vermelho hoje. 

O peso filipino foi o que mais sofreu, caindo 1,3% em relação ao dólar, o nível mais baixo desde 6 de janeiro.

Na segunda-feira, o ringgit malaio caiu até 1%, também atingindo o nível mais baixo desde 30 de novembro. 

Já as ações das Filipinas também caíram 1,5% hoje, com as ações de Cingapura caindo 0,4%. Por outro lado, as ações sul-coreanas e o won caíram 0,9% e 1,4%, respectivamente.

Ao mesmo tempo, a rúpia da Indonésia também teve dificuldades e caiu 0,4% em relação ao dólar, atingindo seu ponto mais baixo desde meados de janeiro. Enquanto isso, o baht tailandês caiu 0,5%.

Jeff Ng, analista sênior de câmbio do MUFG Bank, afirmou que os traders estão procurando dados mais interessantes, incluindo o índice de gerente de compras (PMI, sigla em inglês) da Ásia e da China, no final desta semana. Até lá, os movimentos cambiais serão impulsionados mais pelo lado do dólar do que pelo lado da moeda local.

Por fim, na segunda-feira, o primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim, anunciou que a meta de déficit fiscal seria de 5%. Vale notar que isso é mais ambicioso do que a meta de 5,5% de seu antecessor. No entanto, o governo pretende alcançá-lo cortando gastos, além de tributar bens de luxo e ganhos de capital.