Crise da Evergrande pode afetar crescimento econômico chinês

De acordo com um ex-assessor do Banco Central da China, a crise da Evergrande prejudicará a economia chinesa, desacelerando o crescimento. Porém, esse dano pode ser mínimo para o sistema financeiro do país.

A Evergrande é a incorporadora imobiliária mais endividada do mundo, com dívidas totais de aproximadamente US$350 bilhões. 

Ela se esforçou para compensar seus fornecedores, então decidiu avisar os investidores. Os clientes foram notificados de que poderia ser realizado um pagamento no final desta semana.

Li Daokui comenta sobre o assunto

Na quarta-feira, um ex-assessor do Banco Popular da China, Li Daokui, disse ao Consumer News and Business Channel (CNBC) que a situação tem um impacto real na economia. 

Ele acrescentou que haveria uma desaceleração no andamento de muitos projetos com a Evergrande.

Li Daokui, que agora é professor da Escola de Economia e Gestão da Universidade de Tsinghua, disse que o mercado imobiliário impactaria a taxa de crescimento do PIB no próximo ano. 

O motivo para isso seria um financiamento mais lento para todo o setor, segundo Li. Ele acrescentou que um golpe causaria um impacto mínimo no sistema financeiro chinês.

A razão para isso é que não existem ferramentas secundárias (derivativos) construídas com base no compromisso da empresa.

Os títulos financeiros complexos são derivativos que obtêm o valor de um ativo, incluindo títulos e ações. Os traders usam derivativos para proteger ou arriscar o investimento. 

Li disse que é muito cedo para prever o impacto líquido desta crise.

Na quarta-feira, o Banco Asiático de Desenvolvimento disse que previu suas estimativas de crescimento para a China em 8,2% para 2021 e 5,6% para 2022. 

Isso pode ser um aumento em relação ao crescimento de 2,4% no ano passado, quando a economia chinesa foi a que cresceu enquanto a pandemia da Covid-19 prejudicou a maioria das economias.

Segundo a previsão de Li para médio e longo prazo, a empresa seria dividida em quatro grupos: veículos elétricos, finanças, incorporação imobiliária e outros empreendimentos comerciais.