China retaliou contra a Europa impondo sanções à UE 

A China cometeu um grande erro estratégico ao retaliar contra a Europa, afirmou o ex–negociador comercial da Casa Branca. Assim, o governo asiático impôs sanções a dez políticos da União Europeia e quatro outras entidades em março. Na segunda-feira, Clete Willems anunciou que as ações de Pequim impediram um grande acordo de investimentos entre a União Europeia e a China. Como resultado, o negócio está fora de questão agora. 

No entanto, a UE impôs sanções ao gigante asiático primeiro. O bloco explicou que tomou essa decisão por causa das detenções arbitrárias de membros de uma minoria étnica enfrentada no país. Consequentemente, a China retaliou imediatamente com suas próprias sanções. 

Um grupo muçulmano conhecido como uigures vive em Xinjiang, no noroeste da China. As Nações Unidas e outros os identificaram como um grupo étnico reprimido. Além disso, em março, o Reino Unido, Estados Unidos e Canadá declararam que a China pratica trabalhos e esterilizações forçados contra uigures. Bem como detenção em massa em campos de internamento e outros abusos. Enquanto isso, a China descartou essas alegações como desinformação e mentiras. 

Apesar das afirmações da China, o Parlamento Europeu interrompeu a ratificação de um novo pacto de investimento com o país no mês passado. Desse modo, ele anunciou que não continuaria as negociações até que Pequim suspendesse as sanções à UE. 

Willems, ex-vice-diretor do Conselho Econômico Nacional, observou que isso mostra que a China está exagerando. Da mesma forma, o país não aborda problemas legítimos como o trabalho forçado. 

Acordo entra a China e a EU poderia trazer vantagens para ambas as partes 

A UE e a China têm trabalhado num Acordo Abrangente sobre Investimento há sete anos. Em dezembro, os negociadores finalmente concordaram nele. Ele teria colocado as empresas da UE em pé de igualdade na China, ao mesmo tempo que consolidaria o estatuto de Pequim como parceiro comercial de confiança. Além disso, teria dado às empresas dos participantes maior acesso aos mercados dos outros. 

Porém, o parlamento da UE exige que o país levante as sanções antes de lidar com o acordo de investimento. Ele também acrescentou que a UE e a China podem não continuar os negócios como de costume.