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China e UE assinaram acordo de investimento depois de 7 anos

A UE e a China revelaram nesta quarta-feira um tratado de investimento muito esperado. Ambas as partes se dedicarão à elaboração do acordo final. Tem de ser ratificado pelo Conselho Europeu e o Parlamento da UE.

No entanto, muitos deputados desconfiam de uma aproximação com a China. Eles levam em conta o fim da autonomia de Hong Kong e a repressão dos muçulmanos uigures no noroeste chinês. Além disso, os Estados Unidos e Joe Biden poderiam pressionar a UE a renunciar a essa aproximação.

Do que trata o acordo

Não é um acordo de livre câmbio sobre transações comerciais.  Em vez disso, é um texto que busca garantir as condições de atividade dos empreendedores quando investem na UE e na China.

As discussões sobre o acordo começaram em novembro de 2013 durante uma visita a Pequim por Hermann Van Rompuy. O então presidente do Conselho Europeu foi a uma cúpula com o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang. Desde então, foram realizadas 35 sessões de negociação, dez delas em 2020.

As somas em jogo são consideráveis. O volume de investimentos dos europeus na China sobe para cerca de 150.000 milhões de euros (cerca de US$ 183.000 milhões). Os investimentos chineses na UE atingiram 113.000 milhões de euros (cerca de US$ 138.000 milhões).

Nos últimos dez anos, os europeus investiram uma média anual de mais de 7 bilhões de euros na China. Ao mesmo tempo, os chineses investiram cerca de 5,6 bilhões de euros na UE.

A União Europeia tem sido há muito tempo o primeiro parceiro comercial da China que, por sua vez, se tornou o primeiro parceiro da UE no terceiro trimestre deste ano, à frente dos Estados Unidos.

Interesse de ambas as partes

Segundo Bruxelas, o acordo equilibrará a relação comercial entre as duas potências e oferecerá acesso sem precedentes ao mercado chinês. Europeus querem que suas empresas sejam tratadas da mesma forma na China como as empresas gigantes asiáticas na UE.

A China sofre com as proteções aplicadas pelos europeus para seus setores estratégicos. Sua líder global de smartphones, a Huawei, foi excluída do mercado de equipamentos de rede 5G em muitos países da UE. Ainda mais, Pequim exige garantias de acesso aos mercados públicos da UE e setores como telecomunicações e infraestrutura energética.

Enquanto continua sua guerra comercial com os Estados Unidos, a China busca ficar do lado dos europeus, antes da posse do presidente eleito, Joe Biden, o que poderia fortalecer o campo ocidental. Por essa razão, o país asiático ofereceu, de última hora, avanços em termos de acesso em setores como finanças, telecomunicações, hospitais privados ou transporte, para convencer os europeus.

A UE sofreu a trégua comercial assinada em janeiro de 2020 entre os americanos e os chineses, temendo ser deixada de fora. É por isso que Bruxelas está interessada em garantir sua presença no mercado chinês.



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